Rebelião da base de Haddad na Câmara tira do PT o controle do orçamento

Por uma diferença de um voto, foram eleitos Milton Leite (DEM) como presidente e Ricardo Nunes (PMDB), como relator

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Por Adriana Ferraz
Atualização:

SÃO PAULO - Em uma manobra inesperada da base aliada do prefeito Fernando Haddad (PT) na Câmara Municipal de São Paulo, o governo perdeu o controle da Comissão de Finanças, responsável pela elaboração final do orçamento da cidade. Nem a presidência nem a relatoria, cargo mais importante do grupo, ficaram com o PT. Por uma diferença de um voto, foram eleitos Milton Leite (DEM) como presidente e Ricardo Nunes (PMDB), como relator. O voto de Laércio Benko (PHS), que ficou com a vice-presidência, definiu o resultado.

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A base de Haddad esperava eleger ao menos Paulo Fiorilo (PT) para a presidência da comissão, mas não conseguiu impedir com que Leite assumisse o posto, em uma possível prévia do que será a eleição para o comando da Casa, em dezembro. O democrata abriu mão de sua candidatura no ano passado, para que José Américo (PT) fosse reeleito. Neste ano, porém, Milton Leite deve ir adiante na disputa pelo posto.

Líder do partido, Alfredinho minimizou a derrota. "Tanto o Milton Leite como o Ricardo Nunes são vereadores da base. É claro que toda disputa gera tensão, mas a eleição deles não nos incomoda. Na semana que vem a paz já voltará", disse.

A rebelião da base foi rapidamente respondida pelo PT, que impediu a formação da Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher. Representantes do partido não compareceram à reunião do grupo, evitando o quórum para a votação. Na Comissão de Constituição e Justiça, Antônio Goulart (PSD) permaneceu no controle, com Eduardo Tuma na vice-presidência.

Com a dificuldade em formar as comissões, a base não consegue votar nem os projetos do governo nem dos vereadores. O novo Plano Diretor, por exemplo, é um dos que estão na fila.

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