Quinze são autuados por tentar impedir abertura de lojas no Brás

Maioria dos comerciantes da região resolveu não abrir as portas nesta manhã; camelôs prosseguem com as passeatas

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Por Ricardo Valota e Pedro da Rocha
Atualização:

SÃO PAULO - Quinze pessoas foram autuadas pela Polícia Militar acusadas de tentar impedir a abertura de lojas na região do Brás, na manhã desta quinta-feira, 27.

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De acordo com o tenente coronel Benjamin Francisco Neto, as 15 pessoas foram autuadas em boletim de ocorrência da PM, por obstrução ao trabalho, sem a necessidade de comparecer à delegacia.

A maioria dos comerciantes da região resolveu não abrir as portas nesta manhã, por conta da continuidade das manifestações. Os camelôs prosseguem com as passeatas, que por volta das 9h15 ocupavam a Rua Oriente.

Os vendedores ambulantes irregulares do Brás, no Centro de São Paulo, poderão continuar a realizar passeatas pelas ruas da região. A decisão foi tomada durante negociação entre a Polícia Militar e o diretor do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo, Leandro Dantas, na manhã de hoje.

Segundo o tenente coronel Benjamin Francisco Neto, ficou acertado durante a reunião que as passeatas dos camelôs podem ocorrer desde que o grupo mantenha uma das faixas da Rua Oriente liberada ao tráfego.

O efetivo de policiais militares nesta quinta-feira, 27, terceiro dia de protestos dos ambulantes, está bem maior que os dias anteriores. Segundo o tenente, a região conta com 650 homens. De acordo com a PM, o número de manifestantes também aumentou, chegando a cerca de 1.200 pessoas. Os camelôs devem seguir ainda agora de manhã para a Avenida Celso Garcia.

O início da manhã de hoje, nas ruas do Brás, região central da capital paulista, foi marcado novamente por um princípio de conflito entre policiais militares da Tropa de Choque e ambulantes que não têm autorização para montar a tradicional feirinha da madrugada. Após tomarem algumas ruas da região durante a madrugada e o final dela, os ambulantes, acompanhados de perto pelos PMs, tentam se aglomerar em alguns pontos, mas são impedidos pelos policiais. Algumas lixeiras foram queimadas pelos manifestantes, duas delas na Rua Miller.

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Às 5h15, a PM teve de agir com maior rigor após vários grupos de ambulantes tentarem invadir as ruas e iniciarem outros protestos. O clima entre as duas partes voltou a esquentar no final da madrugada. Cerca de 45 minutos depois, já perfilados, policiais da Tropa de Choque acompanhavam os cerca de 250 manifestantes, que já haviam tomado a Rua Oriente e soltavam rojões ao mesmo tempo em que caminhavam pela via. A primeira bomba de efeito moral foi disparada contra os ambulantes às 5h30.

Às 6h10, os camelôs já haviam se disperçado após perceberem que os policiais do Choque estavam mesmo dispostos a não permitir novamente os mesmos protestos dos últimos dois dias. Desde à 1h45, os grupos de camelôs estão sendo acompanhados pelos policiais.

Os ambulantes regularizados, que ocupam um bolsão criado pela Prefeitura, foram recepcionados, nesta madrugada, pelos "clandestinos" mais uma vez sob gritos e ameaças, o que obrigou os policiais a intervir e acabar com a aglomeração em frente ao pátio, cuja entrada principal fica na Rua Monsenhor Andrade.

Os protestos dos ambulantes começaram na madrugada de segunda-feira como reação ao endurecimento das operações da Polícia Militar no entorno do pátio do Pari, onde milhares de visitantes de outras cidades e estados compram diariamente tecidos e outros produtos. PMs trabalham desde maio no local, combatendo o comércio irregular na chamada "Operação Delegada" e para isso recebem uma remuneração da Prefeitura.

Texto atualizado às 9h58

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