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Que tal uma máquina de fazer pão? Nós testamos

O padeiro Rogério Shimiro diz que funcionam bem, apesar dos manuais complicados

Por Valéria França
Atualização:

Quebra-cabeça. O padeiro Shimiro (no centro) demorou para entender o manual e perdeu seis fornadas

 

 

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As panificadoras automáticas ou, se preferir, máquinas elétricas caseiras de fazer pão estão cada vez mais comuns nas prateleiras das grandes redes de eletrodomésticos. As três marcas mais encontradas no mercado - Arno, Mondial e Britânia - foram testadas, a pedido do Estado, pelo padeiro do restaurante D.O.M., Rogério Shimiro, que também é professor da Universidade Anhembi Morumbi.

Apesar de semelhantes, as máquinas tiveram desempenhos diferentes. Para Shimiro, "a La Baguette, da Arno, faz o melhor produto". No entanto, todas fizeram o padeiro e sua equipe quebrarem a cabeça para operá-las. Foram três tentativas para cada máquina até que as instruções dos manuais fossem compreendidas. E as duas primeiras fornadas de cada eletrodoméstico acabaram no lixo.

"O primeiro erro foi cometido porque a quantidade de farinha indicada no manual estava em mililitros e não gramas", afirma. "Os manuais da Mondial e da Britânia pediam cerca de 960 ml de farinha. Não percebi e coloquei quase um quilo", diz Shimiro. Se tivesse convertido a medida do manual, ele teria usado apenas metade da quantidade de farinha que colocou na máquina. "A medida deveria estar em gramas para não induzir ao erro", comenta.

O manual da Arno tem letras grandes e é mais detalhado. "Nele, há uma lista dos problemas que podem aparecer e dicas de como resolvê-los." Para o padeiro, no entanto, a máquina perde na estética do produto final. "O pão não fica uniforme. E, por isso, o da Mondial e da Britânia ganham em beleza."

Cuidados. Em segundo lugar na avaliação ficou a Britânia e, em terceiro, a Mondial. "A última não bate tão bem os ingredientes e sobra farinha na forma." A integração do glúten - um dos componentes da farinha - com a água e a ação mecânica do bater dão a estrutura do pão. "Se o processo não é bem feito, o pão fica a desejar." Shimiro ainda orienta o consumidor a tomar cuidado com a cesta interna da máquina. "Ela aquece muito. Para tirá-la, é necessário uma luva térmica."

 

AS DIFERENÇAS

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Arno LaBaguette:

Tem forma antiaderente de 1,5 kg e 14 programas diferentes. O programa mais rápido é de 1h20 e o mais longo, de 3 horas. O manual pede 6 gramas de fermento seco na massa. Shimiro diz que é muito. Aconselha a metade disso. "Se você coloca muito fermento, em qualquer massa, o pão fica com gosto e cheiro de fermento, ou seja perde sabor e aroma."

Panificadora Premium Mondial:

Design moderno, forma antiaderente e 12 programas de preparo. É o manual escrito com as menores letras. Os medidores que equivalem a colher de chá e de sopa vieram invertidos. Também falta unidade de medida na quantidade de fermento que a receita determina no manual. Ele indica apenas que são duas colheres.

Multipane Britânia:

Com 12 programas, faz quatro tamanhos de pães, com até 1,2 kg e três ajustes de cor. Segundo o padeiro, a máquina faz um bom pão, mas ele cresce menos que o da Arno, por isso teve nota mais baixa. O modo mais rápido leva 50 minutos. Segundo Shimiro, é pouco tempo. Como as outras máquinas, a massa fica melhor na programação longa.

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