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Quando o Tietê era navegável

Na década de 30, século passado, as olarias escoavam sua produção pelo rio, dentro da cidade

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Por Redação
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Muitos dos tijolos e telhas que ajudavam a erguer casas e prédios no alucinante crescimento de São Paulo no século XX saíam do Porto do Piqueri (depois Matarazzo) e eram levados pelas embarcações até a última parada do rio, na chamada Ponte Grande. Faz tempo. O vaivém de barcos no Rio Tietê era cena comum na década de 1930, quando olarias do Tatuapé se aproveitavam do solo rico em argila da região. Veja outras curiosidades.1. A primeira vinícola de São Paulo (do Brasil, talvez)Brás Cubas foi o "fundador" histórico do bairro e fazia vinho no Tatuapé já no século XVI. Duzentos anos depois, dizem que Dom Pedro II esteve em uma propriedade local, provou e gostou da bebida extraída das uvas. 2. A igreja mais importante do TatuapéA Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto foi inaugurada em 1925 no largo homônimo, mas mudou de endereço no fim da década de 50. Agora ocupa um prédio na Rua Serra do Japi. É a principal igreja do bairro. O crucifixo atrás do altar principal foi esculpido em um único tronco. Há pinturas do espanhol José Perez em seu interior.3. Jogatina na Praça Sílvio RomeroOs velhos moradores do bairro ainda conservam o prazer de jogar xadrez e baralho sob a sombra das árvores, nesse ponto central do Tatuapé.4. A padaria mais antigaFundada pela família Martins em 1913, a Lisboa fica na Sílvio Romero. Em 1989, ganhou um descendente, o empório de vinhos e comidinhas Casa Lisboa (número 126).5. São Paulo de barro A Casa do Regente Feijó, no Jardim Anália Franco, e a Casa do Sítio Tatuapé, na rua Guajibú, são exemplos de arquitetura bandeirista no bairro. Na primeira, como o nome faz supor, viveu o regente Diogo Antônio Feijó (1784-1843). Está fechada para visitação. A segunda funcionou como abrigo para os tropeiros. Hoje é um centro cultural.

Casa do Tatuapé é um dos marcos históricos do bairro Foto: Acervo/Estadão

6. O último morador do Sítio do Tatuapé O último proprietário foi Elias Quartim de Albuquerque, que viveu ali desde 1877 e até 1943, quando uma tecelagem tomou o lugar da casa. Desapropriado pela prefeitura em 1979, o terreno foi aberto ao público dois anos depois.

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