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Protesto em defesa ao MIS termina sem churrasco

Manifestantes organizaram evento em repúdio ao abaixo-assinado de moradores do Jardim Europa contra o Museu da Imagem e do Som

Por Rafael Italiani
Atualização:

 SÃO PAULO - Sem churrasqueira, alto falante, comida e com ambulantes vendendo cerveja a R$ 5 e garrafas de Catuaba Selvagem por R$ 20, o "Churrascão de gente diferenciada" em repúdio ao abaixo-assinado elaborado por moradores do Jardim Paulista contra o Museu da Imagem e do Som (MIS), contou com cerca de 150 manifestantes, de acordo com a Polícia Militar. 

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O evento começou às 16h e foi marcado pelo Facebook e aconteceu na tarde deste sábado, 27. Os participantes fecharam a esquina das ruas Bucareste com Luxemburgo, atrás do museu. A ideia do evento surgiu da declaração do diretor do MIS, André Sturm, ao Estado. Ele afirmou que o movimento no Jardim Europa era semelhante àquele que ocorreu em 2011 em Higienópolis, outro bairro nobre da capital, quando o governo anunciou que a região teria Metrô. Uma moradora disse que o transporte atrairia "drogados, mendigos, uma gente diferenciada".

No protesto deste sábado PM não precisou intervir. Alguns manifestantes vieram das periferias da cidade para fazer coro contra o abaixo-assinado. O coordenador pedagógico Fabio Neves dos Santos, de 29 anos, levou cerca de duas horas entre Ermelino Matarazzo, no extremo leste de São Paulo, para chegar ao bairro nobre. 

"O abaixo-assinado foi ridículo. Para que os moradores do Jardim Europa são os donos do bairro e que ninguém mais pode frequentar a região. A cidade é de todo mundo", afirmou Santos. Ele disse que já foi à exposição do Castelo Rá-Tim-Bum no MIS e que pretende voltar. "Eu não entendo como as pessoas podem ser contra a popularização de um museu. Eles não são os donos do MIS", disse. 

O coordenador de marketing e organizador do evento, Francisco Costa, de 27 anos, acredita que os moradores do Jardim Europa foram preconceituosos. "O MIS tem mais de 30 anos de Jardim Europa e nunca tinha sido de todos. agora, pela primeira vez as pessoas da periferia tem feito fila para entrar no museu. Não é que os moradores não estão acostumados com isso, eles estão incomodados com a popularização", explicou. 

Casa errada. Depois de entoarem palavras de ordem favoráveis ao MIS e contra os moradores do bairro, os manifestantes se dirigiram a uma casa onde diziam que vivia Maria Aparecida Brecheret, de 70 anos, nora do escultor Victor Brecheret, que coordenou o abaixo-assinado. No entanto, o grupo cantou na frente do imóvel errado. O Instituto Victor Brecheret ficava logo ao lado. No muro da casa havia uma reprodução do Monumento às Bandeiras, uma das esculturas mais famosa de Brecheret que fica exposta em no Parque do Ibirapuera. 

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