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Professor morto pela polícia em Itamonte teria sido confundido

Ele foi um dez nove mortos na operação realizada para prender bandidos que atacaram caixas eletrônicos no sul de MG

Por Rene Moreira
Atualização:

Atualizada às 17h21

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FRANCA - A polícia reconstitui os passos do professor morto por policiais, confundido com assaltantes que atacaram caixas eletrônicos no último fim de semana. Silmar Júnior Madeira, de 31 anos, teria morrido por engano. Testemunhas contaram que ele foi abordado por um bandido que pegou o seu carro e o levou junto como refém. Policiais teriam atirado nos dois, que acabaram morrendo na hora.

De acordo com a família do professor, ele havia acabado de sair da casa da namorada. Porém, quando ia entrar no carro para retornar à sua casa na cidade de Itanhandu, a 15 quilômetros de Itamonte, foi feito refém. Ele deixou dois filhos. A polícia ouve familiares e apura o possível erro. Também estão sendo analisadas suas ligações telefônicas.

Oficialmente a polícia ainda não confirma, mas policiais já admitem que o professor seja mesmo inocente.

Operação. Cerca de 150 policiais civis e militares de Minas e São Paulo participaram da operação que resultou em nove mortos e cinco presos, três deles feridos. Sete carros usados pelos bandidos foram apreendidos. De acordo com a polícia, a quadrilha pretendia estourar cinco caixas eletrônicos de Itamonte e dominar o pelotão da Polícia Militar local. Alguns dos mortos estavam no banco e outros nas imediações da sede da PM.

A quadrilha estaria sendo monitorada há mais de dois meses. Os assaltantes teriam partido muito bem armados de São Paulo, com fuzis, para fazer o ataque em Minas. Assim que explodiram caixas dentro de uma agência do Bradesco, foram surpreendidos e começou o tiroteio. Com os suspeitos foram apreendidos os fuzis, espingardas calibre 12, pistolas, dinamites, munições e coletes à prova de bala.

Outros suspeitos foram flagrados já no Estado de São Paulo. Um deles foi pego em um condomínio de luxo em Arujá, no interior de São Paulo, com veículos e cédulas sujas de vermelho devido à tinta que mancha as notas quando o caixa eletrônico é explodido. Outro suspeito estava em Guaratinguetá (SP), mas, segundo a polícia, quase todo o bando seria de Mogi das Cruzes, terra natal de oito dos mortos.

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Morte. Na madrugada desta segunda-feira, 24, mais um homem que estaria envolvido no roubo em Itamonte foi morto pela polícia, subindo para 10 o número de vítimas decorrentes da ação. Em companhia de outro suspeito, ele teria feito refém o dono de um restaurante para tentar sair de Minas Gerais após permanecer escondido por dois dias. O carro foi interceptado perto de São José dos Campos (SP). A vítima feita refém foi libertada sem ferimentos.

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella, disse nesta segunda-feira, 24, não descartar a possibilidade do envolvimento de policiais nesta quadrilha. Entretanto, segundo ele, tudo depende ainda das investigações que têm à frente a Polícia Civil de Minas Gerais. Ele contou que vários inquéritos policiais foram abertos com relação ao caso e as apurações prosseguem para chegar a todos os envolvidos.

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