Produtor quer mudar feira orgânica do Ibirapuera

Prefeitura diz que evento deve ocupar novo espaço dentro do local; petição online pede retorno à área original

PUBLICIDADE

Foto do author Priscila Mengue
Por Priscila Mengue
Atualização:
Desde 2012, feira ocupava espaço dentro da praça Foto: Epitacio Pessoa/Estadão

Localizada junto ao Parque Ibirapuera, a Praça Ayrton Senna protagoniza um impasse entre produtores de uma feira de alimentos orgânicos e a gestão João Doria (PSDB). Enquanto os feirantes reivindicam voltar ao local, que desocuparam durante a reforma, a Prefeitura afirma que a estrutura não comporta o evento. Em apoio aos feirantes, frequentadores criaram petição online, que obteve mais de 15 mil assinaturas, incluindo a da chef Paola Carosella. 

Desde março, o evento ocorre na Rua Curitiba, o que teria reduzido as vendas em 40%, segundo a feirante Rachel Soraggi, de 58 anos. “Não é uma feira comum, é um ponto de encontro, de bate-papo”, afirma. “A gente tem muito medo de sair de lá, ficar escondido nesse local que estão propondo, perder o pouco de estacionamento que ficou para os clientes e ter uma queda de venda ainda maior.” Para a mudança, os 30 feirantes chegaram a trocar a padronização das barracas, com custo de R$ 88 mil. “Nosso receio é de que a gente não consiga pagar esse investimento”, diz Rachel.

PUBLICIDADE

Ao Estado, o secretário municipal de Esporte, Lazer e Recreação, Jorge Damião, responsável pelo local, defende a mudança para uma área ao lado da pista de aeromodelismo, a única que comportaria o evento. “Não somos contra a feira, queremos que esteja dentro do nosso equipamento”, afirma. Segundo ele, a área é melhor que a anterior e não fica escondida, pois está no mesmo portão de entrada.

Um dos idealizadores da petição, o arquiteto Roberto Kodama, de 57 anos, diz que a proposta da Prefeitura causaria conflito com os modelistas. “No lugar que estava não incomodava ninguém.” A consultora de imagem Cris Mallmann, de 32 anos, e o músico Natan Fronza, de 28 anos, do site Casal Natureba, também defendem o retorno: “Está mais apertado agora”. 

Por outro lado, a nutricionista Gisele Wendeborn, de 28 anos, acha que a mudança não seria prejudicial. “O consumidor de orgânicos é diferente, vai atrás. Tenho alunos de São Caetano que vão à feira.”

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.