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Presidente da Sabesp diz não saber se medidas contra seca 'serão suficientes'

Dilma Pena fez a declaração em depoimento prestado ao Ministério Público Estadual; ela se negou a explicar vazamento de áudio

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Dilma Pena, presidente da Sabesp afirmou, em depoimento ao Ministério Público Estadual, não saber se as medidas tomadas pelo governo do Estado serão suficientes para conter crise da água. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

 SÃO PAULO - Em depoimento prestado na tarde desta sexta-feira, 7, ao Ministério Público Estadual (MPE), a presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, declarou que "não tem como afirmar se as medidas (adotadas diante da seca) serão suficientes para evitar problemas no abastecimento de água caso o regime de chuvas persista da maneira anômala atualmente vivida". A resposta foi dada ao promotor de Justiça Otávio Ferreira Garcia, que conduz um inquérito apurando as ações da Sabesp diante da crise hídrica, quando ele quis saber se as medidas adotadas pela empresa têm um plano de ações para garantir o abastecimento em 2015 diante do cenário de poucas chuvas. As medidas a que ela se referia são o programa de bônus para quem economiza água, a redução da captação do Sistema Cantareira e outras obras. Dilma Pena se negou a dar explicações diretas ao promotor sobre o vazamento de uma gravação em que ela diz, durante uma reunião de diretoria, que era "um erro" a falta de comunicação da empresa para com a sociedade diante da crise. Na ocasião, ela afirmou que a empresa não tinha uma presença maciça na mídia por "ordem superior". No lugar disso, ela apresentou uma nota escrita. O documento é cópia de uma carta apresentada nesta sexta à Câmara Municipal de São Paulo, que também havia questionado a presidente da Sabesp por meio da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os contratos da empresa com a Prefeitura. No texto, Dilma Pena argumenta que era vontade dos funcionários estarem na mídia, mas ela os lembrou que a comunicação da Sabesp deve obedecer orientação da diretoria da empresa. "Naquele momento, entendi o justo anseio de os funcionários estarem diretamente na mídia, mas tive oportunidade de relembrá-los de que a comunicação institucional da empresa obedece a diretriz superior constituída pela Diretoria Colegiada, sempre no sentido de preservar a unicidade da administração", disse. Em nenhum momento, ela explica a avaliação sobre o "erro" a que ela se referia na gravação. "Hoje vejo patente o acerto da orientação, de vez que a estratégia de comunicação da empresa atingiu plenamente sua finalidade", afirma, para passar a tratar da economia de água feita pela população mediante o pagamento de bônus por parte do governo. "Houve adesão de 50% da população", sendo que "80% dos consumidores economizaram água". Ela apresentou também números sobre a estratégia de comunicação da empresa.

 

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