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Pompeia: obra só após a próxima enchente

Prefeitura desiste de piscinão na Matarazzo e encomenda novo estudo, por R$ 4,7 milhões

Por Diego Zanchetta
Atualização:

Praça ao lado do West Plaza.

Reforma para melhorar trânsito teve verba da Operação Urbana Água Branca

 

 

 

 

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A Pompeia, na zona oeste de São Paulo, não vai receber nenhuma obra antienchente com os R$ 85,1 milhões arrecadados pela Operação Urbana Água Branca até pelo menos o fim de 2010. O governo desistiu do piscinão que seria construído na Avenida Francisco Matarazzo e encomendou um novo estudo, por R$ 4,7 milhões, para definir que projeto de combate às inundações deve ser desenvolvido na região.Com o abandono do plano inicial, a população da Pompeia e de bairros vizinhos deve voltar a sofrer com enchentes no próximo verão, já que não haverá tempo para a licitação, construção e inauguração de novas obras para a área até o fim de dezembro. O estudo com o novo projeto só será concluído em setembro. O primeiro levantamento, que custou R$ 551 mil, ficou pronto em 2009 e indicou a necessidade de três reservatórios para evitar a retenção de águas das chuvas no eixo Lapa-Pompeia-Perdizes. Um deles, um piscinão na Francisco Matarazzo, ao lado do Shopping West Plaza, chegou a ser anunciado em abril de 2009 pela Subprefeitura da Lapa como a solução para os alagamentos no cruzamento da Rua Turiaçu com a Avenida Pompeia. Moradores e comerciantes que seriam desapropriados foram até procurados pela Prefeitura. Diante da mudança de planos, moradores voltaram a acusar o governo de não usar a "poupança" da operação urbana em um plano que resolva pelo menos o acúmulo de águas no entorno da Praça Marrey Júnior, ao lado do Palmeiras, e na esquina da Turiaçu com a Pompeia. O cruzamento é o terceiro da capital em registros de alagamentos - 16 entre outubro e março. "Poupança". O volume financeiro da Operação Urbana Água Branca vem das contrapartidas dos 21 empreendimentos comerciais e residenciais que se instalaram na região desde 1995. Nesse caso estão o Shopping Bourbon, a Universidade Nove de Julho e o Supermercado Sondas, que pagaram potenciais adicionais de construção em áreas do bairro com restrições de zoneamento. Com o dinheiro arrecadado, deveriam ser criadas "melhorias urbanas" que minimizem o impacto do adensamento."Esses prédios que chegaram na Pompeia aumentaram a impermeabilização. Por isso, as contrapartidas que eles pagaram tinham de ser aplicadas num projeto antienchente", reclama Maria Antonieta Lima e Silva, presidente da Associação de Moradores da Pompeia. "Esse projeto sempre foi reivindicação dos moradores e de comerciantes. Mas, nesses 15 anos, nenhuma verba dessa "poupança" foi usada", diz.A associação acionou o Ministério Público Estadual (MPE) e a Comissão de Finanças da Câmara Municipal contra a alteração no cronograma de obras. A entidade diz que a mudança não foi discutida com os moradores. A Prefeitura, porém, informou não existir risco de o dinheiro da operação deixar de ser aplicado num projeto antienchente para o bairro.

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