Policiais suspeitos de homicídio são presos com munições em SP

Materiais explosivos, de uso das Forças Armadas, foram encontrados na casa dos quatro PMs em Ribeirão Preto

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Por Brás Henrique
Atualização:

Quatro policiais militares de Ribeirão Preto foram presos na segunda-feira, 26, em flagrante, por porte de materiais explosivos (granada e pólvora) e munições de diversos calibres, de uso exclusivo das Forças Armadas. Os mandados de busca e apreensão foram concedidos pela Justiça a pedido do Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaerco), de Ribeirão Preto, pois os quatro PMs são suspeitos de envolvimento num homicídio ocorrido no início do segundo semestre de 2007, em Jardinópolis. Os PMs foram levados nesta terça-feira, 27, para o Presídio Romão Gomes, em São Paulo.   Os armamentos estavam nas residências deles - três dos soldados moram em Ribeirão Preto e um em Serrana. Segundo o promotor Aroldo Costa Filho, os quatro PMs - que não tiveram seus nomes divulgados - foram ouvidos na segunda, em Jardinópolis e negaram participações no crime.   Um rapaz de Ribeirão Preto foi executado com um tiro na nuca e deixado num canavial de Jardinópolis. Após o encontro do corpo, o pai da vítima informou à Corregedoria da PM que um policial, que morava na vizinhança, havia ido falar com ele e feito ameaças. O rapaz seria usuário de entorpecentes.   Escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça, indicam possíveis participações dos PMs no crime, embora não sejam informações muito claras, destaca Costa Filho. Mas o encontro de luvas cirúrgicas no canavial, que geralmente ficam em carros da PM, seria forte indício de participações dos policiais na execução.   Costa Filho informou que o inquérito policial ainda não foi concluído e que a investigação continua. Durante os depoimentos dos PMs, cerca de 20 PMs da Corregedoria, de São Paulo, estiveram na cidade interiorana. O Gaerco de Ribeirão Preto combate, há alguns anos, grupos de extermínio formados por policiais na região.

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