A Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária de três investigadores do Departamento de Investigação Contra o Crime Organizado (Deic), acusados de extorquir dinheiro de uma comerciante que estaria com dívidas tributárias. Dois deles se entregaram na noite desta quarta-feira na Corregedoria da Polícia Civil e um segue foragido.
A investigação é do Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep) do Ministério Público Estadual (MPE). Os promotores foram procurados por uma comerciante da zona norte - dona de uma academia - que afirmou ter sido ameaçada por investigadores do Deic.
Os policiais, segundo a comerciante, disseram que ela tinha um patrimônio incompatível com a renda dela, impostos atrasados, e ameaçaram começar uma investigação se ela não pagasse propina para eles.
A mulher foi orientada pelos promotores a gravar os encontros, que aconteceram dentro da 3ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), no Deic. Na gravação, os investigadores pediram R$ 300 mil para não fazer nada contra ela.
Com base nas gravações, os promotores pediram a prisão dos três policiais. Nesta quarta-feira, o Deic foi cercado por agentes da Corregedoria da Polícia Civil e também pelos promotores do Gecep, mas os investigadores fugiram antes da chegada do grupo. Depois, dois deles se entregaram na Corregedoria da Polícia Civil. Um continua foragido.
O MPE vai investigar possível vazamento da operação.