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Polícia vai apurar cobranças a moradores em outras ocupações de SP

Inquérito foi instaurado após desabamento de prédio no Largo do Paiçandu; curto-circuito em tomada deu início ao incêndio

Por Isabela Palhares
Atualização:
Moradores relataram que pagavam 'aluguel' entre R$ 100 e R$ 350 por mês Foto: Amanda Perobelli/Estadão

SÃO PAULO - O inquérito instaurado pela Polícia Civil de São Paulo para apurar o incêndio e desabamento do Edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paiçandu, também vai investigar cobranças feitas a moradores de outras ocupações da cidade. A informação foi dada pelo secretário da segurança pública, Mágino Alves Barbosa, na tarde desta quinta-feira, 3. 

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"(O inquérito) é para apurar cobranças. Vamos investigar as associações e não os movimentos que promovem as ocupações. Investigar as associações que exploram moradores das ocupações", explicou Barbosa. 

A União, proprietária do imóvel que desabou, pediu à Polícia Federal que investigue a cobrança de eventuais taxas de aluguel dos ocupantes, seus responsáveis e motivações. Todos os moradores consultados pelo Estado relataram que pagavam “aluguel” entre R$ 100 e R$ 350 por mês. Segundo afirmam, a taxa era usada para custear produtos de limpeza, além de advogados que atuam para o movimento. 

Causas. Segundo a Polícia Civil, um curto-circuito em uma tomada no quinto andar do edifício deu início ao incêndio que causou o desabamento do prédio, na madrugada de terça-feira, 1º. Walkiria Camargo do Nascimento, que morava no barraco onde o fogo começou, foi ouvida pela polícia. 

Segundo as investigações, havia um microondas, uma geladeira e uma televisão conectados a uma tomada, que deu curto e explodiu. Na hora, Walkiria estava no barraco com o marido, Pedro Lucas de Sampaio Viana Ribeiro, de 32 anos, e dois filhos, uma criança de 3 anos e outra de 10 meses. Todos dormiam.

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Os moradores só teriam percebido o incêndio com o fogo já avançado. Segundo depoimento, Walkiria conseguiu resgatar a caçula e descer pelas escadas. A outra criança, Maria Cecília, sofreu queimaduras e está na UTI do Hospital das Clínicas em estado gravíssimo. O pai queimou 2/3 do corpo e também está internado, entubado, na Santa Casa de São Paulo.

Segundo o secretário, a família que morava no barraco onde o incêndio teve início, no quinto andar do edifício, foi separada pelo resgate. "Na hora da confusão, a família foi separada pelo resgate. A mãe (Walkiria) conseguiu salvar um bebê de colo", afirmou o secretário. 

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