PUBLICIDADE

Polícia investiga ataques que deixaram oito mortos em Osasco

A Polícia Civil apura que a maioria dos ataques aconteceu em frente a bares e em região onde acontecem vendas de drogas

Por Felipe Tau
Atualização:

atualizado às

PUBLICIDADE

São Paulo, 12 - A Polícia Civil afirma que 8 pessoas morreram e uma ficou ferida após a série de ataques que aconteceram na madrugada desta quinta-feira, em Osasco, na Grande São Paulo. Segundo a delegada titular do 10º Distrito Policial, Cristiane Pires, as informações sobre os crimes ainda são incoerentes.

Inicialmente, a Polícia Militar informou que as vítimas baleadas eram torcedores do Palmeiras, que estariam comemorando o título do time na Copa do Brasil, conquistado na noite de quarta-feira. Pela manhã a corporação divulgou nota corrigindo a informação, informando que "em nenhuma das ocorrências havia torcedores do Palmeiras".

Agentes da Delegacia Seccional de Osasco informaram que apenas uma das vítimas baleadas usava camisa do Palmeiras no momento dos crime. Segundo a Polícia Civil, a maior parte dos homicídios parece ter acontecido em frente a bares e pontos de venda de drogas.

"Está tudo muito cru ainda, ninguém viu a placa do carro - um Fiat Palio - que teria participado das ações. Também dizem ter escutado uma moto", informa Pires. As regiões dos ataques, todos concentrados em Osasco, são áreas de periferia, afirma a polícia, e a maioria das pessoas têm medo de testemunhar.

Foram, até o momento, constatados seis ataques nas ruas Cuiabá, Santo Expedito, Palmital, Jader, Patrocínio Paulista e Marques de Resende.

Jailton Rodrigues da Silva, de 29 anos, Robson Cardoso Godoy, de 22, Denis dos Santos, 34 anos, Edilson Silvestre da Silva, de 35 anos, Adriano Barbosa, 24 anos, Antônio Carlos Junior, 46 anos, Daniel Pereira Medrado, de 23 anos e Marcelo Lúcio Gaspar Longarini, de 41, foram vítimas fatais dos ataques.

Publicidade

A outra vítima fatal, João Manoel Gonçalves Santos, de 47 anos,  foi ferido com um tiro nas costas, informa a Polícia Civil. Após ser baleado, ele acionou o 190 e foi socorrido no Pronto Socorro Municipal Osmar Mesquita, no Jardim Helena Maria, de onde teria sido liberado. Porém, segundo a Secretaria de Saúde Municipal de Osasco, ele morreu durante a madrugada no Hospital Regional de Osasco.

Ainda segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Osasco, seis pessoas foram encaminhadas a hospitais municipais nesta madrugada, sendo que quatro delas morreram. Outras duas, conforme informações da secretaria, foram submetidas a cirurgias de urgência no Hospital Municipal Antonio Giglio e apresentavam quadro estável até às 11h20 desta quinta.

A Polícia Civil apura que a maioria dos ataques aconteceu em frente a bares e em região onde acontecem vendas de drogas. O caso é investigado no Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa de Osasco em parceria com o 10º Distrito Policial, onde os Boletins de Ocorrência são registrados e também no 4º DP e 3º DP. A informação é da delegada titular do 10º DP, Cristiane Pires.

Envolvimento com drogas. Em entrevista ao estadão.com.br, Rosana Cardoso de Godoy, de 25 anos, irmã de Robson Cardoso de Godoy, de 22, conta que o irmão, torcedor do São Paulo, era usuário de drogas há cerca de cinco anos.

Rodson foi um dos mortos a tiros, na madrugada desta quinta-feira, 12, na Rua Cuiabá, em Osasco, durante um dos seis ataques.

Segundo Rosana, o irmão saiu de casa por volta das 19h e disse que iria se encontrar com alguns amigos. Abalada, ela afirma que ele não se importava com jogos de futebol.

"Ele era usuário de cocaína, mas nunca fez mal a ninguém", diz a irmã. De acordo com ela, Robson chegou a ser internado em uma clínica de recuperação de dependentes químicos, de onde saiu há três anos.

Publicidade

"Pensávamos que ele tinha se recuperado, ele se casou e até frequentava a igreja com sua esposa", diz. Mas, com a separação, ele voltou a usar a cocaína. "As pessoas falam que um homem chegou em uma moto e já atirou direto nele, os amigos dele pensaram até que fosse um conhecido, porque chegou só nele. Só depois que ficamos sabendo que mataram mais pessoas no mesmo lugar e em outros também", explica a irmã.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.