PM usa bomba para impedir tradicional passeio em rodovia, dizem ciclistas

Ciclistas relatam que foram reprimidos em descida para Santos via Anchieta; trajeto havia sido proibido por decisão judicial

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Por Ana Paula Niederauer
Atualização:

Ciclistas que desafiaram decisão judicial e mantiveram descida para Santos via Anchieta denunciaram em redes sociais que a Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogênio para barrar a realização do passeio, chamado de "Tradicional Descida à Santos",na manhã deste domingo, 10.

PMusou bombas de gás lacrimogênio para barrar a realização do passeio chamado de "Tradicional Descida à Santos", dizem ciclistas Foto: Ho Song

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O evento, organizado via Facebook, foi proibido pelo juiz Celso Lourenço Morgado, da Comarca de São Bernardo do Campo. Na liminar, o juiz afirma que o documento “não discute o direito de ir e vir, nem a liberdade de reunião (garantias constitucionais).

No Facebook, ciclistas afirmam que um grupo que passou pelo bloqueio, na altura do Km 40 da Rodovia Anchieta, sentido litoral, foi hostilizado pela força policial com balas de borracha e gás de pimenta. Há relatos que vários grupos estão descendo a via pela contramão.

Ho Song afirma que a concentração para o passeio começou às 10h e por volta das 12h15 houve um tumulto, no início da Serra. 

A concentração para o passeio começou às 10h e por volta das 12h15 houve um tumulto, no início da Serra Foto: Ho Song

" O que era para ser um passeio prazeroso acabou virando essa palhaçada. Crianças, mulheres e muita gente de outras cidades e até de outros estados vieram para este pedal.É um eventotradicional que acontece uma vez ao ano", explicou Song

Em nota, a Ecovias (concessionária que administra a rodovia)disse que não é contrária aos eventos cicloativistas pela rodovia. A concessionária afirma que espera que a realização de eventos como este não comprometa a segurança dos usuários, estejam eles em veículos motorizados ou não. 

No texto, a Ecovias diz que para esclarecer as providências necessárias para autorização pelos órgãos competentes - Artesp, DER e Policiamento Rodoviário - a empresa já se reuniu e dialogou com diversos grupos de cicloativistas. Não foi o caso da “Tradicional Descida a Santos 2017”, cujos organizadores não fizeram qualquer consulta prévia à concessionária.

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