PM diz que não sai da USP e alunos prometem manter ocupação de prédio

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Por Redação
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A ocupação do prédio da diretoria da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), no câmpus do Butantã, na zona oeste, causou um impasse na Universidade de São Paulo (USP). Manifestantes prometem ficar no edifício até a proibição da entrada da Polícia Militar na Cidade Universitária. A PM afirma que só atua na USP a pedido da reitoria. E a reitoria, por sua vez, informou que caberá à diretoria da FFLCH tratar da desocupação.Dezenas de estudantes invadiram o prédio na noite de anteontem. Segundo eles, como repúdio à ação da PM que, horas antes, abordou três alunos da Geografia com maconha. A operação causou revolta. Houve confronto, viaturas foram apedrejadas e a polícia usou spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral."Não existe território livre. A PM ocupa qualquer espaço para garantir a ordem a segurança", disse o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto. Segundo o comandante-geral da PM, Alvaro Camilo, a reitoria não pediu a desocupação. "Só agiremos a pedido da reitoria ou por ordem da Justiça."A principal reivindicação dos estudantes é a revogação do convênio assinado no mês passado entre a reitoria e a Secretaria de Estado da Segurança Pública, após a morte do aluno de Ciências Atuariais Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, durante tentativa de assalto em maio.O mestrando em Engenharia Química Leandro Salvático, de 30 anos, designado como porta-voz pelos ocupantes, não quis informar quantas pessoas estavam no prédio. "Tem muitos estudantes dispostos a resistir. A entrada da PM no câmpus viola a autonomia universitária."'Incidentes.' O reitor João Grandino Rodas informou em nota que lamenta os "incidentes" e vai levá-los para análise do Conselho Gestor, para "apresentação de propostas para o equacionamento da situação", que serão divulgadas "em data oportuna". Sua assessoria informou que a desocupação do prédio tinha de ser pedida pela FFLCH. Irritada, a diretora da unidade, Sandra Nitrini, disse que qualquer pronunciamento deve ser feito pela Assessoria de Imprensa da USP. "Minhas obrigações foram cumpridas." Por sua vez, o presidente do Conselho, José Roberto Cardoso, disse que o caso está aos cuidados da reitoria. / BRUNO PAES MANSO, CARLOS LORDELO E MARCELO GODOY

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