PM apreende mini-helicóptero usado para enviar celulares para cadeia

Material entraria na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo

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Por Redação
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ARAÇATUBA - A Polícia Militar apreendeu na manhã desta quarta-feira, 30, um aeromodelo, que seria usado para infiltrar telefones celulares na Penitenciária 2, de Presidente Venceslau, onde estão detidos os líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC). O aparelho foi encontrado por trabalhadores que cortavam o mato às margens do quilômetro 622 da rodovia Raposo Tavares (SP- 270) a 70 metros da muralha do presídio. Em Pirajuí agentes apreenderam mais um pombo com aparelho celular preso ao corpo. Somente em maio, dois pombos foram capturados quando tentavam entrar nas dependências da Penitenciária levando celulares.

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Com sete hélices e estrutura de metal, o aeromodelo importado (é usado para fazer imagens em lugares de difícil acesso, é o drone-cóptero) deveria levar uma sacola com sete celulares, três carregadores, adaptador, fone de ouvido e quatro serras de aço, que possivelmente seriam usadas para serrar as grades. Os peritos constataram que o aparelho tinha uma microcâmera acoplada e seria operado por controle remoto. O delegado assistente de Seccional Sthefano Rabecini disse que foi a primeira vez que apreenderam um aparelho como este.

"Já tivemos aqui a apreensão de um mini-helicóptero, desses usados em aeromodelismo; de arco e flecha e até de uma besta, todos eles seriam usados para infiltrar celulares na penitenciária", contou. Segundo o delegado, quatro pessoas foram presas. "Desta vez, não prendemos ninguém e nem sabemos ao certo se o aparelho seria usado hoje ou já estava lá há mais tempo", contou. A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) vai investigar o caso. Os aparelhos celulares passarão por perícia para apurar o cadastro dos números e chips e para análise do conteúdo das agendas, torpedos e ligações. "A partir daí poderemos chegar aos suspeitos", disse.

Em Pirajuí, o delegado César Ricardo do Nascimento contou que um dos pombos foi capturado na semana passada, já morto, depois de bater contra o vidro de proteção da janela de uma das celas do pavilhão 3. "A ave estava com um telefone celular com bateria e um chip dentro de uma pequena mochila presa no dorso", contou o delegado. O outro caso ocorreu no início do mês. Os agentes perceberam quando a ave estava com dificuldades para voar e conseguiram capturá-la, mas neste caso o pombo trazia partes de celulares e nenhum chip. Nascimento disse que está à espera do pedido de quebra de sigilo feito à Justiça. "Assim que a Justiça nos fornecer o cadastro do telefone e o CPF do chip, poderemos chegar a possíveis suspeitos e também analisar o conteúdo das ligações", disse.

Para o delegado, os pombos não são treinados para infiltrar os celulares. "Eles têm ninhos nas dependências da penitenciária e de algum modo são levados para fora e depois soltos, com os celulares, para voltar aos ninhos", diz. Apesar dos dois inquéritos abertos, Nascimento diz que, embora seja crime previsto no artigo 349 do Código Penal, a pena para quem infiltra celulares nos presídios é de apenas três meses a um ano de prisão. "Mas geralmente o infrator não fica preso, acaba pagando com serviços prestados", diz.

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