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Plano da Prefeitura prevê verticalizar área de Pinheiros

Projeto urbanístico inclui áreas prometidas às empresas na negociação do Parque Augusta; aval da Câmara é necessário

Por Fabio Leite
Atualização:

Considerada uma área supervalorizada, repleta de infraestrutura, mas pouco povoada, a região onde fica o terreno em Pinheiros oferecido pela gestão João Doria (PSDB) como moeda de troca pelo Parque Augusta será alvo de um Projeto de Intervenção Urbana (PIU) que vai estimular a verticalização do local e poderá levar até 12 mil novos moradores para o bairro da zona oeste de São Paulo.

Vista geral do quarteirão onde ficam a sede da Prefeitura Regional de Pinheiros e prédio da CET na Marginal Pinheiros que seráenvolvido na permuta com as construtoras Cyrela e Setin do terreno do futuro Parque Augusta. Foto: Werther Santana / Estadão

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Chamada de PIU Nações Unidas, a proposta apresentada neste mês pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento traz um diagnóstico socioterritorial e projeta diferentes níveis de adensamento de uma área de 147 mil m² na Marginal do Pinheiros, entre a Rua do Sumidouro e a Avenida Professor Frederico Hermann Júnior. O local está inserido no perímetro da Operação Urbana Faria Lima e na Macroárea de Estruturação Metropolitana, que estimulam o desenvolvimento imobiliário com regras favoráveis à verticalização.+ Empresas e gestão Doria divergem sobre Parque Augusta

Hoje, a área é ocupada integralmente por equipamentos públicos, como as sedes da Prefeitura Regional de Pinheiros e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Quase todas as construções, que movimentam população flutuante de 2,5 mil servidores, são baixas. 

Dentro dessa área está o terreno de 18 mil m² que a gestão Doria ofereceu às construtoras Cyrela e Setin como parte da permuta para viabilizar a implementação do Parque Augusta, na região central. Com o PIU, a Prefeitura pretende permitir que as empresas possam erguer no local um empreendimento semelhante ao que estava previsto para o terreno da Augusta. O projeto original previa um prédio residencial, um empresarial, um hotel e um complexo comercial. 

Justificativa Projeções feitas pelo PIU mostram que a região tem capacidade para receber até 4.990 unidades em prédios residenciais e comerciais de médio e alto padrão, com área útil de 80 m² a 160 m², o que atrairia entre 6 mil e 12 mil moradores para Pinheiros. Isso resultaria em até 818 habitantes por hectare no perímetro do PIU, dez vezes mais do que a média do distrito de Pinheiros, de 81 habitantes por hectare. “A área justifica um adensamento maior tanto pelas diretrizes trazidas pelo Plano Diretor como pela sua localização. Ela fica na área de influência da estação Pinheiros do Metrô e da CPTM e do terminal de ônibus. É uma tripla justificativa para aproveitarmos melhor essa região, que também conta com presença importante de áreas verdes que serão preservadas”, diz Heloísa Proença, secretária de Urbanismo. 

Um aproveitamento melhor dessa área valorizada em Pinheiros, segundo ela, é discutido pela Prefeitura desde a gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (hoje MDB). “Há muito tempo a Prefeitura entende que essa área é passível de ser alienada ao setor privado para se ter um melhor resultado desse ativo.” 

A proposta do PIU fica em consulta pública até o dia 30. A versão final do projeto ainda será apresentada e debatida antes de ser enviada para a Câmara Municipal em maio.Adensamento

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12.026 novos habitantes é o máximo de incremento populacional que a Prefeitura estima para a área da Marginal do Pinheiros onde a gestão Doria pretende implementar o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) para estimular a verticalização da região com prédios de uso misto.