Patrocínios milionários bancam obras e eventos

Espaço cultural importante da cena carioca, academia buscou parceiros para seus projetos mais onerosos

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Por Redação
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A pujança financeira da Academia Brasileira de Letras ajudou a popularizar a casa. Além das palestras que costumam lotar os 300 lugares do Teatro Raimundo Magalhães Júnior, os imortais participaram ativamente da nova reforma ortográfica e produziram o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), base para todos os outros dicionários. No site da ABL, o público pode consultar o Volp de graça. No espigão da Avenida Presidente Wilson funciona a Biblioteca Rodolfo Garcia, com 70 mil volumes. Suas sofisticadas instalações são abertas ao público. "A academia se transformou em um espaço cultural importante na cena carioca", atesta a historiadora Isabel Lustosa. "As exposições são excelentes, a biblioteca tem ótimas instalações." Mas, apesar de abastada, a ABL procura patrocinadores, privados e públicos, para financiar seus projetos. A Biblioteca Rodolfo Garcia, por exemplo, foi patrocinada pela Petrobrás em 2007 e 2008, num investimento total de R$ 2,4 milhões. A empresa ainda vai bancar por um ano peças, conferências e concertos do teatro da casa. O valor do contrato é de R$ 1,3 milhão. Não é só. O BNDES liberou R$ 1,1 milhão para o restauro do Petit Trianon, prédio doado pelo governo francês em 1923. O dinheiro, que cobre 63% do valor da obra, vai garantir a instalação de sistemas de climatização no subsolo para armazenar parte do acervo da academia. "Nossa condição para liberar a verba foi que a ABL abrisse o acervo ao público e formasse mão de obra na área de restauro", explica Eduardo Mendes, gerente de Patrimônio Histórico e Acervos do BNDES.A prática de buscar patrocínio é antiga. Em 2006, o presidente Marcos Vilaça informou aos imortais que graças à Eletrobrás e à colaboração do acadêmico e amigo José Sarney conseguira recursos para bancar a exposição da obra do seu conterrâneo Francisco Brennand na ABL.

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