Passageiros passam a noite no aeroporto e reclamam de descaso

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Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela e CAMPINAS
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Passageiros das empresas Azul, Trip, Gol e TAP viveram ontem um dia de caos no Aeroporto de Viracopos. Vários tiveram de passar a noite de sábado para domingo no próprio aeroporto, sem saber quando viajariam. Uma delas foi a costureira Jacira Bernardo de Oliveira, de 46 anos. Por volta das 20 horas de sábado, ela estava fazendo o check in para o voo da Azul com destino a Natal, onde visitaria uma tia doente, quando foi informada do cancelamento do voo. Segundo ela, a empresa pediu que esperasse, pois talvez a pista fosse liberada. Jacira mora em São Paulo, mas resolveu aguardar uma definição. "Ficaram enrolando e, quando finalmente disseram que não haveria o voo e me ofereceram viagem de ônibus até a Barra Funda, já era quase 1 da manhã e não teria metrô até minha casa."Ela passou a noite toda sentada no terminal. No dia seguinte, às 6 horas, tomou um ônibus da Azul e foi para casa. Sem conseguir falar com o call center da empresa, ontem à tarde ela retornou a Viracopos. "Fiquei com receio de perder a passagem, caso o voo saísse." Às 20h30 de ontem, ela ainda não sabia se conseguiria viajar a Natal. Descaso. Falta de informações e descaso era a reclamação mais frequente entre os passageiros. Funcionários das empresas não sabiam o que ocorria na pista. "É absurdo. Só sabem dizer que não tem previsão. Como não podem ter uma previsão?", perguntava o engenheiro agrônomo Fausto César Siqueira. Outros tiveram de viajar de ônibus, também fornecido pelas empresas. O engenheiro químico Daniel Faleiros deveria ter embarcado às 8h23 no Rio, quando foi informado que o voo até Campinas estava cancelado. A solução foi viajar em ônibus fretado pela empresa aérea. "Saímos às 12h e chegamos só agora", disse, às 19h15 de ontem.O pediatra Aluisio de Alencastro, que embarcou às 11h em Goiânia, conseguiu chegar a Campinas às 19h, depois de voar até Congonhas e fazer de ônibus o trajeto para o interior. Ele viajou para acompanhar o parto da filha. Nem o time da Ponte Preta escapou. Em vez de embarcar às 21h de sábado para o Rio, onde enfrentou o Fluminense, a equipe teve antes de ir a Congonhas.

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