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Passageiros invadem trilhos e quebram grades na Estação Corinthians-Itaquera

Houve tumulto na ligação com a CPTM na zona leste; no Capão, na zona sul da capital paulista, usuários pularam catraca

Por Luiz Fernando Toledo e Rafael Italiani
Atualização:

Atualizada às 20h31

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SÃO PAULO - Revoltados com o fechamento das portas que dão acesso à interligação com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na Estação Corinthians-Itaquera, na zona leste de São Paulo, usuários derrubaram grades e invadiram os trilhos. A estação ficou fechada até as 7h38 desta quinta-feira, 5. As primeiras composições partiram lotadas. Houve tumulto também na Estação Capão Redondo, da Linha 5-Lilás, na zona sul, quando passageiros pularam as catracas sem pagar passagem. A Polícia Militar foi chamada. Ninguém foi detido e a linha funcionou normalmente.

“Tem de quebrar mesmo, senão não resolve nada”, disse um dos passageiros que invadiram os trilhos na Corinthians-Itaquera e preferiu não se identificar. Passageiros passavam por cima das grades da estação, que só foram retiradas mais tarde pelos policiais. Uma placa de informações do Metrô também foi depredada. Ao menos 50 PMs foram deslocados para a estação. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), ninguém foi detido. 

Ao final do dia, estação Barra Funda, na zona oeste, tinha circulação normal Foto: Alex Silva/Estadão

De acordo com a CPTM, a estação foi fechada por “segurança operacional”. “Se fosse aberta no horário de pico, não comportaria o fluxo de passageiros”, informou a companhia. Os trens que partiram de Guaianases, da Linha 11-Coral, passaram direto pela Corinthians-Itaquera até que o acesso fosse liberado.

Em entrevista à Rádio Estadão, o gerente de relacionamentos da CPTM, Sérgio Carvalho Jr, afirmou que o fechamento das portas foi estratégico. “O acesso (à CPTM) se dá pelo lado do metrô, a estação é conjunta. A CPTM não teria condições de absorver todos os passageiros que têm como interesse da viagem o metrô na Estação Itaquera.” Segundo Carvalho, os trens já viriam bastante carregados das primeiras estações da Linha 11: Dom Bosco, José Bonifácio e Guaianases.

Acordado desde as 4 horas, o prensista Marco Ribas, de 55 anos, não sabia da paralisação do Metrô. Todos os dias, ele sai de Guaianases, de van, até Itaquera. De lá, vai de metrô até a Estação Conceição, da Linha 1-Azul, de onde caminha por meia hora até a empresa de reciclagem onde trabalha. Ontem, ele ficou no meio do caminho. “Perdi o dia de trabalho.”

Ônibus. Passageiros das estações de metrô próximas da Corinthians-Itaquera também enfrentaram problemas. Na Artur Alvim, a diarista Regina Helena, de 66 anos, tentava pegar um ônibus até o trabalho, na Casa Verde, zona norte. “Se querem fazer greve, protesto, deveriam abrir as catracas. Quem perde serviço é a gente. Só Deus sabe que horas vou chegar no trabalho agora”, reclamou. “Eles (metroviários) vão conseguir o que querem com o governo e a gente perde o dia.”

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Informada da greve por uma amiga, assistente Ana Cláudia Campos, de 38 anos, evitou a Corinthians-Itaquera e aguardava ônibus na Radial Leste, próxima da Vila Matilde. Ela saiu de casa às 7h15, em direção à Lapa, na zona oeste, mas ficou sabendo do tumulto na entrada da CPTM e preferiu outro caminho. “Fiquei de mãos atadas. Como trabalho com telemarketing, os chefes não querem saber de nada. Tem de se virar.” 

Segundo funcionários da São Paulo Transporte (SPTrans), os ônibus circulavam regularmente pela Corinthians-Itaquera. O problema, informaram, era o excesso de passageiros por causa da paralisação do metrô.

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