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Promotor diz que SSP vetou participação da Rota em ação contra o tráfico na capital

Investigação detectou indícios de envolvimento de policiais no esquema conhecido como 'drive-thru do tráfico'

Por Alexandre Hisayasu
Atualização:

Policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) teriam sido impedidos pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) de participar de uma operação contra o tráfico de drogas na região central de São Paulo. A afirmação é do promotor de Justiça Cássio Conserino. 

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Ele e policiais militares do serviço reservado descobriram um esquema conhecido como “drive-thru do tráfico”, no qual o usuário não precisaria sair do carro para comprar a droga - o próprio traficante é quem vai até o veículo entregar a “encomenda”. 

O esquema funciona 24 horas por dia no bairro da Bela Vista, segundo Conserino. Nesta quinta-feira, 10, a reportagem flagrou jovens consumindo maconha na Rua 13 de Maio e o mesmo grupo de jovens subindo e descendo a via constantemente. A Justiça concedeu dez mandados de busca e apreensão em pontos levantados pela investigação.

O promotor relatou ter pedido o apoio da Rota porque a investigação detectou indícios de participação de policiais da região no esquema criminoso. Segundo ele, a Secretaria da Segurança ofereceu o efetivo da região central, justamente o que tem policiais suspeitos de atuar no esquema.

Conserino decidiu, então, suspender a operação, que estava marcada para esta sexta, 11, e comunicar o juiz do caso sobre o fato. No despacho, o promotor afirma que esteve no quartel da Rota, em 30 de novembro, conversou com três oficiais sobre a operação e todos acharam melhor que ela acontecesse na sexta, porque eram grandes as chances de apreender a droga que seria vendida no fim de semana. 

Porém, ele afirma que na quarta “foi comunicado que a Secretaria da Segurança Pública proibiu expressamente a Rota de realizar as buscas e apreensões, objetos dos mandados”.

Conserino alegou que não há como planejar a operação em menos de dois dias com um novo grupo de policiais, uma vez que ele era o único responsável pelos trabalhos. “Diligências como essas demandam o mínimo contato prévio, mínimas diligências prévias e, principalmente, relação de confiança”, afirmou no documento ao juiz. Em nota, a SSP informou que não comenta investigações sigilosas.

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