Parlamentares de oposição usam Paulista como ‘vitrine’

Dos cinco grandes protestos contra o governo, o deste domingo foi o que teve participação maior de políticos

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Foto do author Pedro  Venceslau
Por Pedro Venceslau e Valmar Hupsel Filho
Atualização:

SÃO PAULO - A manifestação deste domingo, na Avenida Paulista, registrou a participação do maior número de políticos, se comparado com os quatro atos pró-impeachment realizados no ano passado. Pela primeira vez, os parlamentares de oposição, que irão apreciar o pedido de impedimento da presidente Dilma Rousseff no Congresso, se reuniram em São Paulo e se revezaram ao microfone, no carro de som levado pelo Movimento Brasil Livre (MBL). 

Um grupo de lideranças de partidos da oposição, como DEM, PSDB e PPS, se reuniu no hotel Maksoud Plaza, nas proximidades da Paulista, e de lá seguiu a pé até o Masp. Entre os parlamentares, os deputados Mendonça Filho (DEM-PE), Roberto Freire (PPS-SP), Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Pauderney Avelino (DEM -AM) e os senadores Ronaldo Caiado (DEM-MT) e José Agripino Maia (DEM-RN). Ao lado do museu, eles se encontraram com o governador Geraldo Alckmin, os senadores Aécio Neves e Aloysio Nunes, e o deputado Antonio Imbassahy, todos do PSDB. O grupo tucano havia se reunido no Palácio dos Bandeirantes e seguido para o protesto em uma van. Na Paulista, os dois grupos permaneceram no cercado organizado pelo MBL. Ali, dividiram-se novamente.

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Alckmin, Aécio e Imbassahy optaram por sair por uma rua transversal, enquanto outros políticos, como Mendonça Filho e Ônix Lorenzoni, discursaram ao microfone do MBL. 

Para Mendonça Filho, um dos coordenadores do comitê pró-impeachment – formado por parlamentares de oposição e integrantes dos movimentos – , “existe interdependência entre a ação dos políticos no Congresso e a ação do povo na rua.”

O apresentador e empresário João Doria, que tenta se viabilizar como candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, teria sido barrado ao tentar discursar no carro de som do MBL. “Procuramos dar espaço apenas aos políticos que vão votar o impeachment no Congresso. Por isso, não demos espaço a vereadores”, argumentou Renan Santos, um dos coordenadores do movimento. Doria negou que tenha tentado discursar. 

Outros políticos, como José Serra (PSDB), Paulo Skaf (PMDB) e Marta Suplicy (PMDB), participaram do ato na Av. Paulista. Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Skaf defendeu que os ministros de seu partido deixem os cargos que hoje ocupam no governo e defendeu a renúncia da presidente Dilma Rousseff.