Para MP, facção matou policial no Guarujá

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Por William Cardoso
Atualização:

O Ministério Público Estadual apontou o Primeiro Comando da Capital (PCC) como mandante do assassinato do soldado da Polícia Militar Edilson Avelino de Sales, em 30 de maio, no Guarujá. É a primeira vez desde o início da atual onda de violência que a Promotoria cita a facção criminosa como responsável pela execução de um agente público. É uma posição divergente da Secretaria da Segurança Pública, para quem o PCC não tem atuado nos ataques.Segundo a denúncia, oferecida ontem, Sales foi morto por Ericson Freitas Gomes, o "Erick Macaco", e Paulo Henrique Gomes de Lima, o "Paulinho Neguinho", com tiros de pistola e fuzil. Eles fariam parte do tráfico de drogas na Favela do Caixão que, segundo o Ministério Público, é dominada pela facção. Outros três suspeitos deram cobertura."Constatou-se que a ordem para matar o referido policial militar partiu da facção criminosa PCC e os denunciados agiram impelidos por esse motivo. Portanto, motivo torpe, desprezível, vil, abjeto, especialmente porque Avelino constituía-se em policial combativo e aguerrido", afirmam os promotores Cássio Roberto Conserino e Silvio de Cillo Leite Loubeh, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Santos.Nos vistos, os promotores pedem a prisão preventiva dos acusados e voltam a citar a facção. "Não é possível que policiais militares sejam às dezenas de centenas mortos por bandidos ligados à facção criminosa. Em liberdade, tais agentes continuarão agindo a mando do PCC e continuarão exterminando agentes da segurança pública."Divergência. A denúncia oferecida pelos promotores contraria as recentes declarações do secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, que tem negado de forma enfática a participação do PCC nos atentados contra policiais. "Fui secretário de Administração Penitenciária, tenho seis anos e meio nessa área e posso dizer pelo nosso serviço de inteligência que não tem nenhuma vinculação com essa facção aí. Se fossem tão competentes, não estariam dentro de presídios há tanto tempo", afirmou nesta semana.

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