O Instituto Médico-Legal (IML), órgão responsável por recolhimento e necropsia em casos de mortes violentas e acidentais, também registra problemas. Com cinco unidades na capital, responsáveis por 10.812 necropsias no ano passado, o IML é alvo de críticas da população e de denúncias de funcionários, que relatam precariedade e falta de investimentos.O Estado acompanhou a espera de um pai pela liberação do corpo do filho durante oito horas no IML de Artur Alvim, na zona leste. O metalúrgico Adilson Lúcio da Silva aguardava a liberação do corpo do filho de 26 anos, que tinha morrido por causa desconhecida, na madrugada do dia 17 do mês passado. "É muito descaso, e eu queria muito enterrar meu filho hoje, porque a família está completamente devastada", disse. A família só conseguiu enterrá-lo no dia seguinte, e o velório foi com o caixão lacrado. A Secretaria da Segurança Pública (SSP), em nota, informou que "o tempo de duração da necropsia varia de acordo com a complexidade do caso e a realização de exames complementares necessários". A superintendente da Polícia Técnico-Científica, Norma Bonaccorso, disse que o tempo médio de uma necropsia é de duas horas. Ela admitiu que o maior desafio do IML é aumentar o quadro de funcionários. "No momento, 44 médicos legistas e 22 auxiliares de necropsia estão em formação, com formatura prevista para este mês. Também faremos um concurso regionalizado para admitir mais 140 médicos-legistas neste ano", disse.De acordo com a execução orçamentária do IML, obtida com a liderança do PT na Assembleia Legislativa, há cinco anos o órgão tem baixo investimento. Desde 2009, mais de 97% do valor liquidado vai para despesa com pessoal. No ano passado, dos R$ 155,9 milhões liquidados, R$ 152,8 milhões foram gastos com pessoal e encargos.Segundo a SSP, no ano passado foram investidos R$ 1,8 milhão nos IMLs da capital.