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Os jovens contra as mortes no trânsito

Por Bruno Paes Manso
Atualização:

Carros possantes, em alta velocidade, alguns dirigidos por motoristas embriagados, deram a sensação de que sair à noite em São Paulo era uma roleta-russa. O trânsito se consolidou neste ano como a principal causa de mortes violentas no Estado, ultrapassando os homicídios.Em julho, o administrador Vitor Gurman, de 24 anos, morreu atropelado na Vila Madalena, na zona oeste. Em setembro, Míriam e Bruna Baltresca, mãe e filha, foram atingidas por um carro em alta velocidade na saída do Shopping Villa-Lobos. Jovens diretamente envolvidos com a tragédia decidiram agir. O administrador Heitor Bonadio, de 25 anos, foi um deles. Com amigos que estudaram com Gurman, organizou uma série de mobilizações para despertar a discussão sobre a violência no trânsito. Criaram o movimento Viva Vitão. Pela internet, organizaram protestos no Parque do Ibirapuera, na Rua Augusta e na Avenida Paulista. Em um sábado à noite, 500 pessoas vestidas de branco e com velas andaram pelas ruas da Vila Madalena. "A internet ajuda. Mas na vida real a situação é mais difícil e não é tão fácil mobilizar", diz Bonadio.Rafael Baltresca, filho e irmão de Míriam e Bruna, fundou o grupo Não Foi Acidente, que coleta assinaturas para um projeto de lei para endurecer as penas dos motoristas culpados por mortes no trânsito. Já conseguiram 180 mil assinaturas.

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