O que fazer na Freguesia do Ó

Região é a única que manteve em seu nome a denominação antiga para "bairro"

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Por Redação
Atualização:

“Sou o punk da periferia, sou da Freguesia do Ó. Ó aqui pra vocês. Sou da Freguesia”. Não bastasse a história já ter imortalizado o bairro, um dos mais antigos da cidade, Gilberto Gil cuidou para que ele ficasse de vez na cabeça dos paulistanos. Na música “Punk da Periferia”, o cantor e compositor revela sua admiração pelo distrito, hoje composto por 49 bairros e lar de mais de 250 mil pessoas. A região guarda ainda outra curiosidade: é a única que manteve em seu nome a denominação antiga para “bairro” (freguesia).

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E não é apenas no nome que a memória é preservada. A Freguesia do Ó carrega muitas características do seu passado. Árvores centenárias, construções antigas e os largos da velha e da nova matriz, onde fica a Igreja Nossa Senhora do Ó, erguida em 1901, são algumas das principais marcas do distrito, que surgiu como bairro (quer dizer, como freguesia) ainda no tempo colonial, em 1580.

Foi ali que o bandeirante português Manoel Preto construiu a sede de sua fazenda. A área era ponto de partida de bandeirantes que saíam em longas expedições rumo ao interior e também passagem para exploradores atrás do ouro do Pico do Jaraguá. Mas foi com atividades voltadas para o setor agrícola que o bairro ganhou corpo. A plantação de cana de açúcar acompanhou a Freguesia do Ó até o início de sua urbanização no século XIX. Hoje, o distrito da zona norte de São Paulo é administrado pela subprefeitura Freguesia/Brasilândia. Nenhuma linha de trem chega ao bairro, mas escavações para a implantação da Linha 6-Laranja do Metrô começaram este ano. O corredor vai ligar a região noroeste da cidade ao centro. Palco de tradicionais quermesses e festas religiosas, como as do Divino e do Assentamento da Cruz, a Freguesia do Ó também flerta com o dinamismo do cotidiano paulistano, às margens do Tietê.

Comes e bebes

O Alemão (Lgo. da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 134): bar e restaurante dentro de um casarão que data de 1864 no Largo da Matriz. O cardápio lista sopas e cremes, como o caldo verde e o creme de palmito. Entre os pratos e porções típicas, faz sucesso o chamado completão do Alemão, preparado com um misto de salsicha, costelinha defumada, chouriço, chucrute, batata sauté, molho de páprica e purê de ervilhas.

Bar do Tião (R. Monjolo, 386): com programação especial diária, é ponto de encontro de quem acompanha futebol às quartas e, às quintas, dos apreciadores de uísque. Às sextas é a vez do espeto. Aos sábados tem feijoada. O cardápio apresenta ainda sugestões muitas de petiscos, lanches e salgados. Bife à parmegiana, picadinho e bisteca estão entre as pedidas na hora do almoço.Frangó (Lgo. da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 168): é o ponto gastronômico mais famoso do bairro. Conhecido em toda a cidade, sobretudo por causa de suas especialidades: as coxinhas de frango e catupiry e o frango grelhado. Oferece ainda 450 opções de cerveja entre nacionais e importadas. Para provar várias de uma vez, há um menu-degustação. O bar fica num casarão centenário no Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, a principal referência da região.

O Frangó oferece ainda 450 opções de cerveja entre nacionais e importadas Foto: Divulgação

Vivenda do Português (R. São Leonardo, 54): há mais de 50 anos, o restaurante representa a culinária portuguesa na zona norte, combinada a pratos brasileiros. Ou seja, tem bacalhau, mas também tem feijoada e virado à paulista.Pizzaria Bruno (Largo da Matriz, 87): tradicionalíssima, foi inaugurada em 1939 e até hoje suas massas crocantes com cobertura de mussarela e aliche são referência na região. A pizza de camarão foi eleita a melhor da cidade em 2006 pelo caderno Paladar do Estadão. Tem área externa e um bar onde são servidos diversos tipos de bebidas. A cerveja e o chope são derramados nos copos a menos de zero grau.

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Passeios

Centros culturais: quando o assunto é cultura, a Freguesia do Ó dribla a maioria dos bairros da zona norte, que carecem de centros e instituições que incentivem atividades na área. O distrito está próximo de dois centros culturais: a Casa da Cultura Salvador Ligabue (Largo da Matriz, 215) e o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (Av. Deputado Emílio Carlos, 3641), na vizinha Vila Nova Cachoeirinha. O ingresso é grátis nos dois espaços, que oferecem programação de arte e cultura. No CCJ ocorrem, por exemplo, encontros de jogadores de RPG e oficinas ao ar livre. Centro histórico: passear pelo centro histórico da Fregueseia do Ó é bem bacana. O distrito surgiu em 1580 e muito da sua memória está preservada até hoje nas árvores centenárias e em pontos históricos do bairro, como o antigo Largo da Matriz Velha, onde foi instalada em 1610 a capela Nossa Senhora da Esperança. Hoje existe ali uma pracinha aconchegante, com bancos e equipamentos para exercícios ao ar livre. A localização do distrito, no alto de uma colina, também presenteia os visitantes com uma bela vista da capital.Festas religiosas: a religiosidade da Freguesia é um de seus pontos marcantes. Todos os anos, pelo menos três festas típicas são promovidas pela paróquia de Nossa Senhora do Ó, na Matriz: a do Divino, em abril; o Assentamento da Cruz, em maio; e a festa de Nossa Senhora do Ó, em agosto.    

Samba e Carnaval: o bairro também fica próximo da sede da escola de samba heptacampeã do carnaval paulistano, a Rosas de Ouro (R. Coronel Euclides Machado, 1066). A quadra da agremiação está localizada ao lado da Ponte da Freguesia do Ó. Com a proximidade do Carnaval e os ensaios da bateria, a quadra vira mais uma importante fonte de lazer para os moradores da região.

Compras O bairro tem um perfil residencial. As avenidas Itaberaba e Paula Ferreira são as que oferecem mais opções para quem pretende fazer compras no distrito. A primeira concentra lojinhas de bairro, como o Sebo do Ó (Av. Itaberaba, 99), a Açucena Produtos Naturais (Av. Itaberaba, 87) e o Bazar Bel Nice (Av. Itaberaba, 19). Na Avenida Paula Ferreira, tem casa lotérica, mercados e empórios. Na altura da Matriz concentram-se os barzinhos do bairro.

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