Novos casos de estupro na USP são denunciados

Abusos, relatados à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, teriam sido na Medicina e na Esalq; CPI não foi instalada 

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Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

Atualizada às 21h21

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SÃO PAULO - A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) recebeu duas novas denúncias de estupro contra alunas da Universidade de São Paulo (USP). A instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar abusos sexuais nas universidades paulistas foi adiada nesta terça-feira, 16, por falta de quórum.

Os dois relatos de abuso chegaram ao conhecimento dos deputados por meio de um e-mail criado pela comissão para receber denúncias. Os casos denunciados foram registrados na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em São Paulo, e na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, no interior.

O primeiro episódio aconteceu em 2008 em uma república, mas a vítima já havia sido assediada pelo agressor dentro da própria faculdade. O segundo caso aconteceu no ano passado, também em uma república.

Apenas quatro deputados estaduais compareceram à sessão Foto: José Patrício/Estadão - 19/12/2013

Quatro acusações de estupro na FMUSP já haviam sido feitas em audiências públicas da Comissão de Direitos Humanos no mês passado. A maioria dos casos teria acontecido em festas promovidas no câmpus.

Os relatos levaram o presidente da comissão, o deputado Adriano Diogo (PT), a propor a criação de uma CPI para investigar casos de estupro e outras violações de direitos humanos na USP e nas demais universidades paulistas.

Desencontro. A primeira sessão da CPI seria realizada na tarde desta terça, mas foi remarcada para hoje por falta de quórum. Para que ela fosse aberta, era necessária a presença de cinco dos nove deputados estaduais titulares da comissão, mas apenas quatro compareceram.

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Nenhum representante da bancada do governo estava presente na sessão no horário marcado, às 14 horas. Compareceram os deputados da oposição Marco Aurélio (PT), Sarah Munhoz (PCdoB), Carlos Giannazi (PSOL) e Diogo. 

Às 15 horas, o deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB) chegou à sessão, o que possibilitaria a instalação, mas a CPI não pôde ser aberta porque o quórum deve ser confirmado até 15 minutos após o início da sessão, de acordo com o regimento. Faltaram Bruno Covas (PSDB), Jorge Caruso (PMDB), José Bittencourt (PSD) e Ulysses Tassinari (PV), todos da situação.

Diogo acusou a bancada do governo de fazer manobra. “Tínhamos um acordo. Estou fazendo papel de bobo”, disse ele. Bezerra negou a acusação de Diogo. “Não existe nenhuma manobra de esvaziamento, tanto é que estou aqui.”

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