Novo corredor: ônibus mais rápido que carro

Às 8h30, percurso na faixa exclusiva entre Terminal Diadema e Estação Morumbi da CPTM foi de 36 minutos; de carro, motorista levou 1h25

PUBLICIDADE

Por Renato Machado e Rodrigo Burgarelli
Atualização:

No primeiro dia útil de funcionamento do corredor de ônibus Diadema-Brooklin, quase metade das linhas trafegou fora da faixa exclusiva. Por isso, o corredor ficou vazio por vários momentos, enquanto o trânsito dos demais veículos se arrastava. No horário de pico, o trajeto de carro entre o Terminal Diadema e a Estação Morumbi da CPTM foi quase 2,5 vezes mais lenta do que no corredor.A reportagem percorreu simultaneamente de ônibus e de carro os quase 10 km entre os pontos inicial e final do corredor, por volta das 8h30. Pela faixa exclusiva, o tempo entre o Terminal Diadema e a Estação Morumbi foi de 36 minutos. Já o carro demorou 1h25.A ligação formada pelas Avenidas Cupecê, Vicente Rao e Roque Petroni é percorrida por 27 linhas de ônibus. Quase todas são de responsabilidade da São Paulo Transportes (SPTrans). Dessas, 13 foram remanejadas para o novo corredor. No entanto, outras 12 vão circular fora, pelo lado direito da via."São as que dão acesso aos bairros", afirma a empresa, por meio de nota. A SPTrans completa que quase todos os veículos que circulam fora do corredor são micro-ônibus e a construção do Terminal Jardim Miriam vai permitir que as linhas sejam reorganizadas. As outras três linhas são operadas pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e deveriam circular no corredor. Alguns ônibus, no entanto, ainda não tinham portas do lado esquerdo. Por isso, vários usuários que embarcaram em Diadema tiveram de descer, caminhar de volta ao terminal e pegar outro ônibus para poder usar o corredor. "Ninguém informava se os ônibus iam pelo corredor ou pela pista normal. Tive de pagar duas passagens", diz a cozinheira Ana Lucia de Souza.Os usuários estavam contentes com a velocidade do ônibus. "O que antes demorava uma hora agora leva 20 minutos", comemora a manicure Thayonara Araújo. Nos carros, o sentimento era outro. "Perdemos uma faixa e as que sobraram estão sobrecarregadas", diz o técnico Wilson Pacheco. A EMTU informa que está avaliando a necessidade de ajustes e que ônibus não adaptados foram utilizados para atender a demanda do primeiro dia.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.