Nome pouco lembrado, mas fundamental

Israel Pinheiro, construtor de Brasília

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Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

BRASÍLIAErguer Brasília no meio do cerrado é um triunfo que deve ser creditado não apenas a Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer e Lucio Costa. Ainda que menos conhecidos e lembrados, outros nomes foram fundamentais para que a capital saísse das pranchetas, adquirisse formas e ganhasse vida própria.Israel Pinheiro foi um deles. Do pai, o político e industrial João Pinheiro, herdou uma visão progressista e empreendedora. Seu pensamento estratégico abriu os caminhos para a criação da mineradora Vale do Rio Doce, da qual foi presidente. Anos mais tarde, Israel foi convidado por JK para deixar a Câmara dos Deputados e comandar a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), responsável pela construção de Brasília. Como JK, ele achava que a interiorização do território ajudaria a desenvolver o País."Somos chamados a lançar no interior do Brasil ainda inóspito e despovoado não apenas os lineamentos de uma nova cidade, mas principalmente os sólidos fundamentos de uma obra de civilização e conquista", discursou, em outubro de 1956.À frente da Novacap, Israel mobilizou esforços e levantou Brasília. Em 1965, foi eleito governador de Minas, numa campanha que tinha como lema "Minas em ritmo de Brasília". Antes de tomar posse, JK lhe escreveu: "Você terá uma tarefa dupla. Embelezar a sua moldura e preservar a glória do pensamento de seu pai. Só tivemos em Minas um político filósofo. E este foi aquele do qual você recebeu o nome." Israel morreu em 1973. Para preservar sua memória e difundir o conceito de desenvolvimento sustentável, foi inaugurado no ano passado o Espaço Israel Pinheiro, perto da Praça dos Três Poderes. Esperava-se que o museu estivesse com sala de jogos, auditório interativo e monitores funcionando já no aniversário de Brasília, mas a falta de patrocínio adiou os planos.A Empresa Brasiliense de Turismo (Brasiliatur) informou que as propostas para o cinquentenário foram submetidas ao então governador em exercício Wilson Lima (PR), que promoveu corte no orçamento. Disse que o projeto não foi descartado, mas o patrocínio segue sem previsão.

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