
EVANDRO FADEL / CURITIBA, O Estado de S.Paulo
15 Dezembro 2011 | 03h04
A inclusão de Campina Grande do Sul no mapa não chegou a ser surpresa para o diretor da Associação Comercial e Industrial do município, José Carlos Girelli. "O roubo também aumentou bastante, a gente sente isso. A Região Metropolitana de Curitiba não é mais aquele oásis de antigamente", lamentou.
Segundo Girelli, o crescimento de alguns bairros não foi planejado pelo Estado. "Planejamento não é só colocar rua, água e telefone. O policiamento não foi levado em conta."
O delegado Gerson Alves Machado assumiu em fevereiro e garantiu ter esclarecido um "número expressivo" de casos que estavam parados desde 2008. Mas ele reconhece que a estrutura é pequena. Além dele, há um escrivão e dez investigadores no município de 38,7 mil habitantes. "As condições de trabalho não são as ideais."
Para Machado, um dos fatores que explicam o alto índice de criminalidade está no fato de a BR-116 cortar o município em mais de 80 quilômetros e ser a principal ligação com São Paulo. "Passam por ela o tráfico de drogas e o contrabando."
Fronteira. No caso de Guaíra, a proximidade com o Paraguai, do qual é separado pelo Rio Paraná, facilita a ação de organizações criminosas. "A posição geográfica facilita a aquisição de arma, é só atravessar o rio que está disponível no Paraguai", disse o superintendente da Delegacia de Polícia, Ronaldo Medina.
Para a promotora de Justiça Ana Vanessa Fernandes Bezerra, a explicação da violência na região passa por múltiplos fatores, como crack e outras drogas, policiamento frágil e legislação inadequada. "O tráfico é um crime que não se exaure nele, pois traz armas, homicídio e outros problemas", explica.
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