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No caminho do tatu (a pé)

A história começa no século XVI, quando o explorador português Brás Cubas atravessou o paredão da Serra do Mar atrás de ouro

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Por Redação
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Entre 1550 e 1560, o explorador português Brás Cubas (1507-1592), fundador de Santos, subiu do litoral em direção ao planalto paulista em busca de ouro. A expedição vasculhava a sesmaria do próprio Cubas, mas não foi muito produtiva. Depois de passar pela Serra do Mar, os enviados especiais do império se depararam com o ribeirão Tatuapé, hoje canalizado, em sua junção com o Rio Grande (Tietê). Brás Cubas e seus homens acamparam no lugar e, consta, estabeleceram ali um rancho de casas, criação de bovinos e porcos, cultivo de cana, hortaliças e uvas. Também ergueram uma capelinha para Santo Antônio. Começava a nascer o Tatuapé.1. O povoado que era uma uva No terreno de Brás Cubas, por volta de 1560, funcionava uma vinícola - e essa atividade foi muito importante para a economia da região, na época um punhadinho de casas, até o comecinho do século XX, quando os imigrantes italianos investiam no cultivo de uvas Niágara e convidavam os amigos para saborear cachos e cachos da fruta, à sombra das árvores, no fim de semana. 

2. Terras disputadas A partir do rancho de Brás Cubas, as terras iam passando de mão em mão (litigiosamente, às vezes), e a região se desenvolvia a passos de tartaruga. Quando o explorador e seu filho precisaram ir para o Rio de Janeiro lutar contra a invasão francesa, o português Rodrigo Álvares se apropriou da fazenda, que no século SVII seria vendida para um padre rico.3. Sítio do TatuapéO padre rico se chamava Matheus Nunes de Siqueira. Ele investia na agricultura e foi quem mandou erguer a Casa do Sítio Tatuapé, que teria várias encarnações, sobretudo como moradia. Abrigou tropeiros e imigrantes. Também foi olaria de telhas e tijolos e tecelagem. Hoje funciona como museu e centro cultural (clique para ver a galeria de fotos).

Pessoas em frente à casa da família Marengo, no bairro do Tatuapé, em imagem da década de 20 Foto: Arquivo/Estadão
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