'Não tenho medo de falar em privatização porque não sou político', diz Doria
Prefeito afirma que todos os recursos obtidos com seu programa de desestatização serão destinados a programas sociais
Por Daniel Weterman e Eduardo Laguna (Broadcast)
Atualização:
SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta sexta-feira, 12, que 100% dos recursos levantados pelo programa de privatização do município serão destinados a programas sociais e que não ter "medo de falar em privatização" porque não se considera um político.
Veja a lista de espaços e serviços que Doria quer 'vender' em SP
1 / 56Veja a lista de espaços e serviços que Doria quer 'vender' em SP
1. Gestão de resíduos sólidos, coleta e centrais de reciclagem
Concessão comum ou permissão. Lei nº 13.478/2008. Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
6. Sistema de compartilhamento de carros elétricos
Modelo não informado. Foto: Shutterstock
7. Acesso à internet por meio de um sistema de Wi-Fi em espaços públicos
Modelo não informado. Foto: Fábio Arantes/Secom/Prefeitura de São Paulo
8. Serviço de transporte escolar
Contratação de intermediação do serviço de transporte para oferta conforme necessidade e permitir que esse motorista também atue no mercado de táxi e ... Foto: Clayton de Souza/EstadãoMais
9. Serviço de transporte para pessoas com deficiência
Contratação de intermediação do serviço de transporte para oferta conforme necessidade e permitir que esse motorista também atue no mercado de táxi e ... Foto: Fábio Arantes/Secom/Prefeitura de São PauloMais
12. Sistema municipal de compartilhamento de bicicletas
Concessão do serviço para substituir o termo de cooperação atual, que se encontra vencido. Foto: Filipe Araújo/Estadão
Modelo não informado. Foto: Werther Santana/Estadão
50. Exploração de baixos de viadutos
Permissão. Lei nº 13.775/2004. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
52. Relógios em espaços públicos
Concessão. Lei nº 15.465/2011. Foto: Clayton de Souza/Estadão
53. Totens em espaços públicos
Concessão. Lei nº 15.465/2011. Foto: Hélvio Romero/Estadão
55. Sinalização viária
Modelo não informado. Foto: Werther Santana/Estadão
Pacote de Doria
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), apresentou nesta terça-feira, 28, a um grupo de vereadores aliados a lista com os 55 projetos e ativos mun... Foto: Daniel Teixeira/EstadãoMais
Modelo não informado. Foto: Werther Santana/Estadão
48. Garagens públicas municipais
Concessão de direito real de uso. Lei nº 16.388/2015. Foto: Fernando Brisolla/Estadão
51. Abrigos de ônibus
Concessão. Lei nº 15.465/2011. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
54. Bancos, lixeiras e outros mobiliários urbanos
Modelo não informado. Foto: Sérgio Castro/Estadão
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"Não vamos fazer desestatização com fundo municipal para pagar dívida ou custeio. É 100% voltado a programas sociais", afirmou o prefeito durante evento promovido pela Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham Brasil). Segundo ele, a prioridade será destinar os recursos aos "mais pobres e humildes".
Doria disse que o programa de privatização, a ser votado na Câmara Municipal, é o maior já feito na história.
"Não tenho medo de falar em privatização até porque não sou político", afirmou o tucano, reforçando seu discurso de gestor. "Não estou com isso desmerecendo os políticos. Mas não sou um político."
O prefeito disse que foi eleito pelas propostas, não pela tradição política. "Foquei em programas, e a população compreendeu e votou", disse o tucano, lembrando de sua vitória em primeiro turno na disputa pela Prefeitura de São Paulo, quando teve 3.085.187 votos, o equivalente a 53,3% dos votos válidos.
Eleições 2018. Embora pesquisas indiquem a viabilidade de seu nome à corrida pelo Palácio do Planalto, o prefeito de São Paulo disse que sua gestão não se pauta por objetivos políticos. O tucano exaltou suas qualidades como gestor.
"Não que isso (a política) me dê ojeriza, mas eu sou um administrador, sou um gestor. Estou fazendo no setor público aquilo que fiz no setor privado durante 45 anos."
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Segundo Doria, sua forma de gestão contagiou outras cidades, governos estaduais e, como consequência, levou a citação de seu nome em pesquisas para presidente. "Volto a dizer que não faço gestão com objetivo político. Estou fazendo gestão para cumprir com a minha obrigação, que é ser um bom gestor. Fui eleito para isso."
Durante o evento da Amcham, Doria reforçou sua posição contra a reeleição e citou a eficiência, a transparência e a inovação como as bases de sua gestão - em contraposição à gestão ideológica ou partidária. Ele considerou que, à frente da Prefeitura, mais acertou do que errou até o momento. "Errar faz parte. Só não erra quem não faz. Mas a atitude covarde de não fazer não é uma atitude de líder", assinalou.
Doações. O prefeito também aproveitou o seminário para, ainda em seu discurso, defender as doações feitas por empresas ao município, alvo de questionamentos sobre quais são os interesses das companhias por trás da iniciativa.
Segundo Doria, as empresas aceitam fazer a doação porque é positivo para a imagem delas, sem contrapartidas, e os recursos concedidos pela iniciativa privada ajudam a reduzir custos de serviços da Prefeitura, como a recuperação de parques. Ele lembrou que recebeu nesta quinta-feira, 11, da Cisco a "maior doação da história". Serão R$ 300 milhões em equipamentos de informática usados que vão para as escolas municipais.
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Entre os exemplos sobre o tema, o tucano citou que a doação de R$ 126 milhões em remédios feita por laboratórios ajudou a resolver a situação dos estoques de medicamentos em postos municipais. De acordo com Doria, eles estavam zerados quando assumiu a Prefeitura. O governador Geraldo Alckmin (PDSB), chamado pelo prefeito de "ponta firmíssima", garantiu a isenção de impostos estaduais nos remédios doados. "Havia filas enormes de gente esperando medicamento", afirmou Doria.
Corujão. Após dizer que o Corujão da Saúde, programa que permite atendimento gratuito em hospitais privados na madrugada, já eliminou as filas de 486 mil pessoas por exames, Doria adiantou que até o fim do ano a Prefeitura vai zerar as filas por cirurgia.