Na primeira visita, casal Nardoni recebe os pais

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Por João Carlos de Faria
Atualização:

TREMEMBÉNo primeiro dia de visita após a condenação pelo assassinato da menina Isabella, no sábado, o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá recebeu ontem os pais nos presídios de Tremembé, a 130 km de São Paulo. Os pais de Alexandre, Maria Aparecida e Antonio Nardoni, chegaram à portaria do Presídio Dr. José Augusto César Salgado quando faltavam cinco minutos para as 10h. Carregando três sacolas e uma caixa de plástico contendo frutas e refrigerantes, o casal entrou apressado e falou pouco. Ao ser questionado sobre o julgamento, Nardoni disse que "infelizmente vocês tem a sua opinião e eu tenho a minha". Sobre a pena aplicada ao filho e à nora, ele deu a entender que houve condenação antecipada dos réus. "A pena já estava dosada há dois anos", disse. Antes de passar pelos portões do presídio, entretanto, Nardoni demonstrou otimismo em relação aos recursos para a realização de um segundo julgamento, já protocolados pela defesa. "Neste país é difícil acreditar em alguma coisa, mas a gente ainda tem alguma esperança."Nardoni e a mulher foram os últimos visitantes a sair, às 16h15, quando ele se limitou a dizer que "visita é uma coisa muito pessoal", sem comentar o estado do filho. Parentes de outros presos relataram que a família não demonstrou tristeza ou abatimento, e ficou isolada dos demais presos e visitantes, numa sala separada. "Eles não se misturam mesmo", chegou a dizer uma visitante. Capuz. Os pais de Anna Carolina Jatobá chegaram à Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, no centro de Tremembé, no último minuto permitido para a entrada de visitas, às 13h. Eles trajavam moletons pretos, com capuz, e entraram correndo no presídio, sem falar com a imprensa.Segundo informações de funcionários dos presídios, Alexandre e Anna Carolina já voltaram à rotina a que estavam acostumados nos últimos dois anos, período em que aguardaram julgamento. Alexandre trabalha na rouparia e Anna Carolina na despensa da cozinha. Ainda de acordo com funcionários dos presídios, eles voltaram para as mesmas celas que ocupavam antes do júri.

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