Mutirões do prefeito eleito vão se concentrar na região central

Dos sete endereços anunciados, apenas um, a Avenida Matteo Bei, fica na periferia; Doria promete trocar lixeiras

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Por e Paula Felix
Atualização:

SÃO PAULO - O prefeito eleito João Doria (PSDB) deu detalhes na quinta (29) de seu programa Cidade Linda, que promoverá mutirões de zeladoria urbana, inicialmente, em áreas centrais da cidade. Para marcar o início de seu governo, Doria programou a primeira ação para as 6 horas de segunda-feira, dia 2, primeiro dia útil do mandato, na Avenida 9 de Julho, que liga o centro ao Itaim-Bibi, passando pelos Jardins, na zona sul. <IP9,0,0>Todo o primeiro escalão da Prefeitura estará na ação, com uniformes de garis.

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Na quinta, garis limpavam o entorno da 9 de Julho – um trabalho de rotina, segundo a gestão de Fernando Haddad (PT). Doria disse que usará 1.291 agentes na operação, que terá 24 ações, como reforma de calçadas, podas de árvores, recolhimento de entulho, pintura de muros, troca de lâmpadas e retirada de cartazes. O programa, segundo o tucano, terá custo zero para a cidade: o serviço seria custeado pelas empresas já contratadas pela Prefeitura para essas ações, que colocariam funcionários para trabalhar em turnos extras.

“Não haverá prejuízo (aos serviços em outras regiões da cidade). Ao contrário, haverá vantagens: Nós teremos as ações feitas por mais de 1,2 mil pessoas de diferentes empresas que prestam serviço à cidade”, disse Doria. “Todas elas são voluntárias na mão de obra, nos equipamentos e nos materiais necessários. Foi uma negociação conduzida pessoalmente por mim.”

Foram anunciados sete mutirões previstos até o começo de março. Dos endereços citados, apenas um é na periferia: a Avenida Matteo Bei, que liga as regiões de Aricanduva e São Mateus, na zona leste. Os demais são as Avenidas Paulista, Santo Amaro, Tiradentes, Ipiranga, São Luís e Cruzeiro do Sul e a Rótula Central. Doria também prometeu instalar câmeras e trocar 135 lixeiras por um novo modelo na cidade, com maior capacidade. 

Reações. Elmo Nicacio, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco), comentou a iniciativa do prefeito eleito: “O Jânio Quadros também fazia isso e dava o maior barulho. Mas a categoria está sem saber o que isso significa, e os coletores ficaram surpresos”. O sindicalista afirmou que um grupo de varredores deve acompanhar a ação de Doria. “Vamos de ‘bicão’ mesmo.”

O presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selur), Márcio Matheus, confirmou o pedido de Doria no que chamou de “esforço concentrado”. Mas disse que as empresas do ramo estão com contratos defasados, por causa de reequilíbrios econômicos que não foram feitos. Para ele, há risco de que as reservas orçamentárias para o setor em 2017 sejam insuficientes. “Você não tem para onde correr”, disse, ao explicar por que as empresas aceitaram dar a ajuda gratuita.