Multas por embriaguez em SP crescem 40% em rodovias estaduais

No primeiro semestre de 2014, 12.340 motoristas foram autuados, contra 8.754 no mesmo período do ano passado

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

SÃO PAULO - As multas a motoristas embriagados cresceram 40% no primeiro semestre deste ano nas rodovias do Estado de São Paulo, em comparação com o mesmo período de 2013, segundo dados da Polícia Militar Rodoviária. O aumento ocorreu mesmo após a lei seca ter se tornado mais rigorosa. Desde fevereiro de 2013, o motorista flagrado pelo bafômetro com mais de 0,34 miligramas de álcool por litro de ar fica sujeito a processo por crime de trânsito, com pena prevista de seis meses a três anos de detenção.

12.340 motoristas foram multados por dirigir embriagado nas estradas estaduais de SP no 1º semestre deste ano; na foto, a Rodovia Castelo Branco Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

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Conforme os dados da Polícia Rodoviária, 12.340 motoristas foram multados por dirigir embriagado nas rodovias estaduais paulistas de janeiro a junho deste ano - no ano passado foram 8.754 multas. Não estão incluídas as rodovias federais que cortam o Estado, como as Rodovias Presidente Dutra e Fernão Dias.

Nesses mesmos períodos, o aumento no número de multas por excesso de velocidade, a infração mais cometida pelos motoristas, foi de 10%. Enquanto no primeiro semestre de 2013 foram aplicadas 1.008.400 multas, neste ano, até o final de junho, o número chegava a 1.161.674. Em 80% das autuações, os motoristas excederam a velocidade em até 20% do limite.

De acordo com o comando da Polícia Rodoviária, em parte, o maior número nos flagrantes por embriaguez pode estar relacionado às operações com uso de bafômetro realizadas nas rodovias, especialmente em feriados prolongados. Segundo o comando, a fiscalização será intensificada. A polícia dispõe de 350 equipamentos para medir a dosagem alcoólica dos motoristas na malha rodoviária estadual.

Segundo a Polícia Rodoviária, em parte, o maior nº de flagrantes por embriaguez pode estar relacionado às operações com uso de bafômetro Foto: José Patrício/Estadão

Até fevereiro do ano passado, se o bafômetro registrasse 0,13 miligramas de álcool por litro de ar expelido, o motorista era liberado. Após a lei ter se tornado mais rígida, a presença de 0,05 miligramas - equivalente a menos de um copo de cerveja - já rende multa gravíssima. Acima desse valor, a multa é de R$ 1.915,40 e o motorista perde o direito de dirigir por um ano.

A partir de 0,34 miligramas, além dessas punições, o motorista responde a processo criminal. Se o motorista se negar a soprar o bafômetro, a embriaguez pode ser constatada pelo policial através de sinais externos, como olhos vermelhos, fala empastada e dificuldade para ficar em pé.

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6 mortes. Em abril deste ano, o comerciante Fábio Hiroshi Hattori, de 27 anos, perdeu a direção do carro que dirigia e atropelou 12 jovens que haviam saído de uma rave, na Rodovia Raposo Tavares, em Sorocaba, no interior de São Paulo. Seis pessoas morreram, as outras ficaram feridas. O teste do bafômetro constatou 0,63 miligramas de álcool por litro de ar expelido pelo condutor.

Acusado de homicídio doloso - com intenção -, Hattori foi preso e ficou 16 dias na prisão, até ser libertado mediante pagamento de fiança de R$ 29 mil. A justiça entendeu que, apesar de ter dirigido embriagado, ele não agiu com intenção de causar as mortes. O comerciante responde em liberdade aos processos por homicídio culposo - sem intenção.

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