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Mulher acusada de matar adolescente em Praia Grande é presa em Guarulhos

Menina foi morta pela namorada da mãe porque teria perdido droga distribuída pela família

Por Ricardo Valota , Gheisa Lessa e O Estado de S.Paulo
Atualização:

SÃO PAULO - Acusada de assassinar a filha da namorada no dia 14 de junho deste ano em Praia Grande, litoral sul paulista, a dona de casa e praticante de boxe Elizabeth Fernandes dos Santos, de 42 anos, foi capturada por volta das 21h30 desta sexta-feira, 7, em Guarulhos, na Grande São Paulo, por policiais militares da 3ª Companhia do 15º Batalhão. Uma equipe da Polícia Civil de Praia Grande deve vir para Guarulhos e levar Elizabeth para a Baixada Santista.

 

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Após receberem uma denúncia anônima, os policiais militares deslocaram-se até a residência nº 38 da Rua Felipe Marcondes Rubio, no bairro Recreio São Jorge, e conseguiram entrar na casa, com o auxílio do suposto proprietário do imóvel que afirmou ser namorado de Elizabeth. Levada para o plantão do 7º Distrito Policial de Guarulhos, a boxeadora teve o nome pesquisado no sistema integrado da polícia, que constatou um mandado de prisão expedido contra Elizabeth pela 2ª Vara Criminal de Praia Grande.

 

Elizabeth Santos, segundo o que a polícia já apurou, teria assassinado a adolescente Ana Beatriz de Souza, de 13 anos, a socos e por asfixia durante uma suposta briga familiar na casa onde todos moravam, no Jardim Anhanguera. Porém a polícia já sabe que tanto a boxeadora como a mãe da menina, Ana Luiza Ferreira, 28, namorada de Elizabeth, e o pai da menina, o taxista Carlos José Bento de Souza, utilizavam a garota para distribuição de drogas em Praia Grande e que a menina foi morta após perder uma significativa quantidade de entorpecente.

 

O pai e a mãe da adolescente já estavam presos. O taxista foi detido no dia 31 de agosto no Jardim Telma, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista; já Ana Luiza, que vinha colaborando com as investigações e participou no dia 8 de agosto de uma reconstituição do crime, foi detida pela polícia em Praia Grande. O corpo da adolescente foi localizado num matagal próximo ao quilômetro 42 da Rodovia Anchieta, em São Bernardo do Campo, no dia 15 de julho. Havia sinais de espancamento e esganadura na vítima. Laudos apontaram também fraturas no nariz e no maxilar da adolescente, cujo corpo foi abandonado pelos assassinos próximo à rodovia.

 

O trio acusado de praticar o crime chegou a tentar jogar a culpa no ex-namorado da vítima, mas a polícia, por meio de investigações, descobriu que o jovem era inocente. De acordo com a mãe da vítima, o crime aconteceu quando um outro filho, de 7 anos, dormia em um quarto em frente ao local do crime. Segundo o delegado Luiz Evandro Medeiros, do 1º Distrito Policial de Praia Grande, a mãe alegou que houve uma discussão muito forte entre a filha dela e a Elizabeth, que é namorada da Ana Luiza. Elizabeth teria agredido a filha dela com socos até a morte. Ela disse que tentou afastar a amante, mas não conseguiu. "A reconstituição serviu para mostrar como a mãe foi omissa", disse na época o delegado.

 

Depois de ver a filha morta, Ana Luiza foi até o carro buscar um cobertor para esconder o cadáver. Durante a reconstituição, uma pequena fogueira foi encontrada nos fundos da casa com várias roupas queimadas e um anel. A polícia acredita que o trio pretendia enterrar a menina dentro da própria casa. Com a morte da garota, as mulheres entraram em contato com o taxista Carlos José Souza para que ele ajudasse a ocultar o corpo. Souza, conhecido também como "Azeitona", já havia sido preso por tráfico de drogas e foi solto após cumprir a pena. O pai de Ana Beatriz e ex-marido de Elizabeth usou o carro da ex-mulher, um Ford Fiesta, para levar o corpo até a rodovia. Indícios de sangue foram encontrados por peritos no porta-malas do Fiesta.

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