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MTST faz seis protestos contra aumento da tarifa nesta quinta-feira

Movimento chegou a interditar trecho da Radial Leste, em Itaquera, na zona leste, e ocupou quatro terminais de ônibus na zona sul

Por Monica Reolom e Edgar Maciel
Atualização:

SÃO PAULO - O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fez ontem seis protestos simultâneos na Grande São Paulo contra o aumento da tarifa de ônibus, trens e metrô na capital para R$ 3,50. As ações começaram por volta das 17 horas e reuniram cerca de 2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar – 5 mil segundo o MTST. Todas ocorreram de forma pacífica e se encerraram até as 21 horas.

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No Campo Limpo, zona sul de São Paulo, o protesto reuniu o maior grupo, de cerca de mil pessoas. O grupo saiu às 18h10 da Praça de Taboão, em Taboão da Serra, na direção do Terminal do Campo Limpo. O trajeto incluiu o bloqueio da Estrada do Campo Limpo, uma das mais importantes vias da região, no horário de pico da tarde. A manifestação acabou por volta das 19h30.

Um grupo do Movimento Passe Livre (MPL) encontrou os manifestantes no terminal. Eles tinham ido ao local para fazer uma reunião, mas, ao saberem que o MTST também estava na região, aguardaram os sem-teto. Carregavam uma faixa preta escrita “R$ 3,50 é roubo”. O ato foi encerrado na frente do terminal, com os dois grupos unidos.

Entre os manifestantes do MTST havia idosos e crianças, como costuma acontecer nos atos do movimento. “Um último recado: só para lembrar que nossa manifestação é pacífica”, reforçou Natália Szarmeta, uma das líderes do MTST.

Ela explicou que as reivindicações não abrangem só moradia. “O ato é contra o aumento da tarifa, que é mais um aumento no custo de vida do trabalhador que tem acesso a serviços sem qualidade. Assim como o aumento da energia elétrica e a questão da água. Mesmo sem água, os moradores continuam recebendo a conta para pagar no fim do mês”, afirmou Natália. Os manifestantes carregavam bandeiras vermelhas e uma faixa na frente que dizia “panelaço da periferia contra o aumento das tarifas e do custo de vida”. Ao mesmo tempo que cantava, o grupo fazia batuque em panelas.

Entre os manifestantes estava a aposentada Djanira Rosa de Jesus, de 65 anos, que participa de todas as marchas do movimento. “Não falto aos atos de jeito nenhum. Tenho ansiedade, tenho pressa para conseguir moradia. Mas nunca é do jeito que a gente quer. Hoje moro de favor em uma área de risco no Jardim São Judas com meu filho e netas. Sou pai e mãe para eles, não é fácil. Tenho esperança que saia minha casa logo”, explicou ela, que reivindica moradia desde 1987. A polícia acompanhou o protesto.

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Na última semana, o MTST decidiu organizar uma pauta conjunta com o Movimento Passe Livre para realizar protestos pela periferia da capital e na região metropolitana. “Nós nos reunimos com o MPL e achamos importante lutar pelo aumento da passagem em conjunto”, disse Josué Rocha, líder do MTST no acampamento da Copa do Povo, em Itaquera, zona leste. “A gente teve um aumento (salarial), mas ele não acompanha a qualidade do transporte. Quem mora na periferia não tem condições de comprar o bilhete único mensal e sofre com o preço alto da unitária.” Mais manifestações. Outras 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, fecharam um trecho da Radial Leste, justamente no bairro de Itaquera, zona leste. O protesto também terminou sem violência. Na zona sul, mais 300 manifestantes saíram do Metrô Vila das Belezas e caminharam até o Terminal João Dias. Houve ainda protestos no Terminal Jardim Ângela e no Terminal Varginha, na mesma região. No ABC paulista, cerca de 50 colaboradores do MTST, segundo a PM, caminharam até a Estação Santo André da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Mais um grupo protestou no centro da cidade de Carapicuíba.

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