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MTST consegue reunião e encerra protesto

O líder Guilherme Boulos afirma que data não foi definida, mas que encontro com Prefeitura e construtora acontecerá no fim da semana

Por Laura Maia de Castro
Atualização:

Atualizada às 09h20 de 8/7/2014

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SÃO PAULO - O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, afirmou na tarde desta segunda-feira, 7, que conseguiu marcar para esta quinta ou sexta-feira, 10 e 11, um encontro com representantes da Prefeitura e da construtora Even. "A reunião foi confirmada pelas Secretarias de Relações Intergovernamentais e de Habitação, sem data definida. Deve ser entre quinta e sexta-feira. Além de representantes de Even e da Prefeitura, vamos tentar que o governo federal e a Caixa (Caixa Econômica Federal) estejam presentes", afirmou. 

Depois que a reunião foi confirmada, o MTST caminhou até o Largo da Batata, na zona oeste, onde a manifestação foi encerrada. Em resposta ao Estado por telefone, porém, a Prefeitura disse que não há reunião agendada com o MTST. Em nota, a Even disse que o terreno da Rua Luiz Migliano é propriedade privada, "adquirido regularmente, há quase 3 anos" e que as questões do MTST devem ser encaminhadas ao poder público."Não há encontros agendados entre a Even e os líderes do movimento para tratar do tema", diz a nota. A construtora afirmou ainda que já "tomou as medidas legais necessárias para efetivar a reintegração de posse no referido terreno". 

Manhã. O ato do MTST reuniu, na manhã desta segunda-feira, cerca de 300 integrantes do movimento em frente à construtora Even, na Marginal do Pinheiros, na zona sul da capital. Os manifestantes eram moradores da ocupação chamada de Portal do Povo, na região do Morumbi, também na zona sul, e reivindicam que o terreno pertencente à Even, invadido em 20 de junho pelo movimento, seja destino a moradia populares.

Grupo saiu do Largo da Batata rumo à sede da Construtora Even, na Marginal Pinheiros Foto: Laura Maia de Castro/Estadão

"Esse terreno é uma zona mista, que permite a construção de habitação popular. O ato é para pressionar que ele seja destinado a moradias populares", disse Boulos. Segundo o MTST, cerca de 2 mil famílias fazem parte da ocupação. 

Os sem-teto se concentraram no Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste, às 9h. Por volta das 10h15, deixaram o local e bloquearam totalmente a Avenida Brigadeiro Faria Lima, no sentido Itaim Bibi, aos gritos de "E daí?O povo do sem-teto vai morar no Morumbi". 

Às 10h40, os ativistas chegaram à sede da Even, localizada no número 1.400 da Rua Hungria (pista local da Marginal do Pinheiros), no Jardim Europa. No entanto, o prédio estava com as grades fechadas. Os manifestantes bloquearam duas faixas no sentido da Rodovia Castelo Branco, gritando: "Criar, criar, poder popular" na frente do edifício.

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No alto falante, Boulos disse que os manifestantes ficariam na frente do prédio até que a construtora recebesse uma comissão do movimento. "Enquanto não houver negociação, ninguém entra e ninguém sai do prédio. Nosso ato é pacífico e organizado, assim como as nossas ocupações. Ficaremos aqui puxando nosso gritos até sermos recebidos." 

Por volta das 11h45, o analista de suporte Emerson Udson, de 22 anos, aguardava há quase uma hora para tentar entrar no prédio, onde, segundo ele, funcionam duas empresas além da Even."Não conseguimos entrar. Os seguranças disseram que não podem abrir porque pode ser que invadam", declarou Udson. que trabalha para a Brasil Foods (BRF). Entregadores de restaurantes que chegavam ao edifício também não conseguiam entrar. 

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