MPL planeja ‘catracaço’ antes de manifestação

Ativistas tentarão pular catracas para chegar ao ato, às 17 horas, na Paulista; eles vão levar protestos à periferia

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Por Edgar Maciel
Atualização:

SÃO PAULO - Integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) planejam pular as catracas das linhas de metrô e de ônibus nesta sexta-feira, 16, para chegar até a Avenida Paulista, local do segundo ato contra o aumento da tarifa do transporte público de São Paulo, marcado para as 17 horas. Além do “catracaço”, o MPL vai mudar o perfil das manifestações. O objetivo é atrair os moradores da periferia e descentralizar os protestos para bairros distantes do centro. 

Na próxima terça-feira, o ato será na região do Tatuapé, na zona leste, e os integrantes pretendem paralisar a Radial Leste no fim da tarde. Após a primeira manifestação, na semana passada, que terminou com quebra-quebra e 53 presos, os líderes do MPL resolveram promover reuniões em Pirituba, Lapa e Tatuapé. “Queremos acabar com a ideia de que nossas manifestações são feitas só por estudantes da classe média e para isso precisamos nos organizar em bairros para pressionar o prefeito Fernando Haddad, até ele desistir do aumento”, disse Marcelo Hotimsky, um dos líderes do movimento. “Não dá para fazer um ato espetacular no centro e esquecer do trabalhador que mora lá em Itaquera. Talvez tenha sido nosso erro em 2013.”

Na frente da Prefeitura. Para pressionar os governos, mesma estratégia deverá ser usada no Palácio dos Bandeirantes Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

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Nos próximos dias haverá encontros em Campo Limpo, Grajaú, M’Boi Mirim e Parelheiros. “A conjuntura deste ano é bem mais difícil para a gente. O anúncio do passe livre pra estudantes foi como um pão e circo e a economia vai mal. Se a gente não pressionar e ocupar as ruas por toda a cidade, a chance de a passagem diminuir é bem menor”, ponderou Talita Silva.

Vinagre e panos. O Estado acompanhou a reunião do MPL no Tatuapé, na quarta-feira. Pelo menos cem pessoas compareceram ao encontro, que foi realizado no Sindicato dos Metroviários de São Paulo - que apoiam o MPL. Sentados em roda, os participantes discutiram por mais de duas horas a organização do protesto da tarde desta sexta e as estratégias para atuar na periferia. “A gente sabe que vai ter confusão hoje, não dá para negar”, afirmou Frederico Silva. “Vamos levar vinagre, panos. A intenção é resistir o máximo, não deixar o protesto morrer.”

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