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MPL convoca ato contra aumento da tarifa para 8 de janeiro

Estudantes secundaristas e Sindicato dos Metroviários já manifestaram apoio à manifestação; passagem custará R$ 3,80

Por Juliana Diógenes
Atualização:
Tarifa de ônibus custará R$ 3,80 Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO

Atualizada às 10h20 de 05/01

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SÃO PAULO - O Movimento Passe Livre (MPL) marcou um protesto em 8 de janeiro, na véspera do aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem para R$ 3,80, anunciada nesta quarta-feira, 30. A informação foi confirmada pela militante do grupo, Luíze Tavares. Marcado para 17 horas, o local e trajeto da manifestação ainda serão definidos. O Movimento diz que o ato do dia 8 é apenas o primeiro. Estudantes secundaristas de escolas ocupadas confirmaram presença nos protestos.

 O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciaram ontem o aumento, que entra em vigor no dia 9.  O reajuste será de 8,6% e vai ficar abaixo da inflação, já que a previsão do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 10,72%. Com o aumento, as tarifas de integração devem subir de R$ 5,45 para R$ 5,92.

"O MPL encara o aumento de forma bem combatente. Nem nós nem as pessoas vão ficar à mercê. Porque as pessoas sentem no bolso e estão bem incomodadas. Vamos bater de frente com o aumento", disse Luíze. De acordo com a militante, o MPL vai às ruas contra o aumento da tarifa e em defesa da principal bandeira do grupo, a tarifa zero. "Transporte tem que ser tratado como direito social. Como a gente pode falar que uma educação e uma saúde são públicas se a gente paga R$3,50, e agora R$ 3,80, para chegar a esses lugares?", questionou.

A última vez que houve aumento no valor das passagens de ônibus, metrô e trem foi em janeiro deste ano, quando a tarifa subiu de R$ 3 para R$ 3,50, após ter ficado mais de um ano congelada. Em 2013, uma série de protestos do Movimento Passe Livre (MPL) marcou o anúncio de aumento nas tarifas de transporte público, que, à época, seria de R$ 3 para R$ 3,20, e os dois governos resolveram recuar. Na ocasião, Haddad também resolveu contratar uma auditoria para analisar o sistema municipal de transporte e avaliar o reajuste necessário.

Em uma rede social, a página oficial do grupo mandou um recado ao prefeito e ao governador: "Se querem gerra, terão". Na descrição do evento criado pelo Movimento, com 2,3 mil pessoas confirmadas na manhã desta quinta-feira, o MPL diz que o reajuste é um "presente de ano novo" de Haddad e Alckmin, que "na mais pura amizade deram as mãozinhas e anunciaram o aumento". Os militantes resgataram ainda um vídeo com orientações para pular as catracas como forma de protesto. 

Apoio. Estudantes secundaristas que ocuparam escolas contra a reorganização proposta por Alckmin manifestaram apoio ao MPL e vão participar do protesto. É o caso da Escola Estadual Fernão Dias, em Pinheiros, que já se mobiliza para ir às ruas.

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"O preço da tarifa do transporte público está sempre na agenda dos estudantes. Não podemos ter uma educação de qualidade sem ter a liberdade de ir e vir. Para ir ao cinema, teatro, museu ficamos emperrados por uma catraca. Então, essa luta é nossa, sim", disse o estudante do 3º ano, Heudes Cássio Oliveira, de 18 anos.

Nas redes sociais, o coletivo "Mal Educado", criado pelos secundaristas durante as ocupações, informou que o aumento é "mais um golpe contra estudantes e trabalhadores" e que "2016 é ano de luta". Já o Movimento Luta do Transporte no Extremo Sul publicou nota afirmando que "3,80 o trabalhador não aguenta".

O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, disse que o aumento dificulta o acesso da população, já "prejudicada com a crise econômica". "O que os governos fizeram foi uma maldade nesse fim de ano com a população, anunciando o aumento da passagem, quando poderiam estar discutindo a redução para ajudar as pessoas", afirmou.

Segundo Júnior, o Sindicato vai se mobilizar com o MPL contra o aumento. "Vamos discutir com os advogados todas as medidas possíveis e cabíveis para entrar na Justiça contra o reajuste. A nossa intenção é que o governo volte atrás", disse. 

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