MP cobra indenização de R$ 3,6 bi por incêndio na Ultracargo
Valor foi calculado com base nos impactos causados ao ar, água e subsolo, além de outros danos ambientais; o fogo só foi apagado após 197 horas
Por José Maria Tomazela
Atualização:
SOROCABA - O Ministério Público de São Paulo vai cobrar da empresa Ultracargo uma indenização de R$ 3,6 bilhões pelos danos ambientais causados durante incêndio no Terminal de Santos, em abril de 2015. O fogo, em seis tanques de combustíveis, só foi apagado após 197 horas de combate às chamas. O valor, anunciado nesta terça-feira, 29, foi calculado com base nos impactos causados ao ar, água e subsolo, além de outros danos ambientais. Cerca de oito toneladas de peixes mortos foram recolhidos no Canal do Estuário e no Rio Casqueiro, em Cubatão.
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O valor proposto pelo MP, se confirmado pela Justiça, será uma das maiores indenizações ambientais do País. Em São Paulo, até agora, a indenização de maior vulto foi fixada através de acordo no caso da contaminação por agrotóxicos no complexo da Shell e Basf em Paulínia, mas não chegou a R$ 1 bilhão. Pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), considerado o maior desastre ambiental do Brasil, a empresa foi multada em R$ 250 milhões pelo Ibama e, embora o valor total da indenização ainda não tenha sido fixado, concordou com o Ministério Público de Minas Gerais em pagar caução socioambiental de R$ 1 bilhão.
A Ultracargo já foi multada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) pelo desastre ambiental em R$ 22,5 milhões. Também recebeu uma multa de R$ 2,8 milhões aplicada pela prefeitura de Santos. Os promotores informaram que o valor proposto servirá de base para as negociações que já vêm acontecendo com a empresa e esperam que a Ultracargo concorde em pagar amigavelmente a indenização. Caso contrário, o MP ingressará com ação civil pública em 30 dias.
Impacto ambiental do incêndio em Santos
1 / 7Impacto ambiental do incêndio em Santos
Impacto ambiental do incêndio em Santos
Destacamento do Primeiro Batalhão de Defesa Química e Nuclear do Exército sob o comando do General João Chalella Junior, de 54 anos, analisa gases emi... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Impacto ambiental do incêndio em Santos
Reportagem do Estado percorreu as comunidades de Chico de Paula, na cidade de Santos e de Jardim Casqueiro, em Cubatão e ouviua população sobre os imp... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Impacto ambiental do incêndio em Santos
Reportagem do Estado percorreu as comunidades de Chico de Paula, na cidade de Santos e de Jardim Casqueiro, em Cubatão e ouviua população sobre os imp... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Impacto ambiental do incêndio em Santos
Reportagem do Estado percorreu as comunidades de Chico de Paula, na cidade de Santos e de Jardim Casqueiro, em Cubatão e ouviua população sobre os imp... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
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Reportagem do Estado percorreu as comunidades de Chico de Paula, na cidade de Santos e de Jardim Casqueiro, em Cubatão e ouviu a população sobre os im... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Impacto ambiental do incêndio em Santos
Reportagem do Estado percorreu as comunidades de Chico de Paula, na cidade de Santos e de Jardim Casqueiro, em Cubatão e ouviua população sobre os imp... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Impacto ambiental do incêndio em Santos
Reportagem do Estado percorreu as comunidades de Chico de Paula, na cidade de Santos e de Jardim Casqueiro, em Cubatão e ouviua população sobre os imp... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
De acordo com o promotor Daury de Paula Júnior, da promotoria de Urbanismo e Meio Ambiente de Santos, o laudo produzido para o MP apontou falha na operação de uma bomba, que foi ligada com as válvulas fechadas, ocasionando acúmulo de pressão e a consequente explosão. A falta de um plano aprimorado de prevenção e combate ao incêndio contribuiu para a demora na contenção do fogo, segundo a promotoria. No inquérito aberto pela Polícia Civil de Santos, o laudo do Instituto de Criminalística (IC) apontou que o incêndio não foi criminoso.
Em nota, a Ultracargo informou ter acompanhado e colaborado "nas investigações sobre o incêndio em Alemoa-Santos, que foram conduzidas pela Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo com a participação das demais autoridades competentes e resultaram em relatório não conclusivo a respeito de possíveis causas para o incidente".
Ainda segundo a nota, "independentemente da determinação das possíveis causas, a Ultracargo se dedicou à identificação de medidas possíveis de mitigação de riscos e apresentou às autoridades um projeto abrangente de aprimoramento dos planos de prevenção e combate a incêndios, que prevê a implantação de estruturas e processos significativamente mais robustos que os exigidos pelas leis e normas vigentes. Esse plano foi aprovado e está em fase de implementação."
A empresa afirma ainda que está em diálogo com o Ministério Público "buscando um acordo para implementação de ações objetivas para mitigar eventuais impactos decorrentes do incêndio e continuará colaborando com as autoridades".
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Incêndio em Santos
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Empresa importa produto para conter chamas
Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros
Empresa importa produto para conter chamas
A Polícia Civil investiga as causas do acidente Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros
Empresa importa produto para conter chamas
Ocombate ao incêndio no pátio da Ultracargo/Tequimar, em Santos,entra no quarto dia neste domingo (05). Após mais de71 horas de trabalho ininterrupto ... Foto: José Patrício/EstadãoMais
Empresa importa produto para conter chamas
O combate ao incêndio no pátio da Ultracargo/Tequimar, em Santos, entra no quarto dia neste domingo (05). Após mais de 71 horas de trabalho ininterrup... Foto: José Patrício/EstadãoMais
Empresa importa produto para conter chamas
O combate ao incêndio no pátio da Ultracargo/Tequimar, em Santos, entra no quarto dia neste domingo (05). Após mais de 71 horas de trabalho ininterrup... Foto: José Patrício/EstadãoMais
Empresa importa produto para conter chamas
Dois tanques com gasolina ainda estão em chamas em Santos Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros
Empresa importa produto para conter chamas
Já são mais de 90 horas de combate ininterrupto às chamas, com o uso de mais de 5 bilhões de litros de água Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros
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O combate ao incêndio no pátio da Ultracargo/Tequimar, em Santos, entra no quarto dia neste domingo (05). Após mais de 71 horas de trabalho ininterrup... Foto: José Patrício/EstadãoMais
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O combate ao incêndio no pátio da Ultracargo/Tequimar, em Santos, entra no quarto dia neste domingo (05). Após mais de 71 horas de trabalho ininterrup... Foto: José Patrício/EstadãoMais
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O combate ao incêndio no pátio da Ultracargo/Tequimar, em Santos, entra no quarto dia neste domingo (05). Após mais de 71 horas de trabalho ininterrup... Foto: José Patrício/EstadãoMais
Empresa importa produto para conter chamas
O combate ao incêndio no pátio da Ultracargo/Tequimar, em Santos, entra no quarto dia neste domingo (05). Após mais de 71 horas de trabalho ininterrup... Foto: José Patrício/EstadãoMais
Empresa importa produto para conter chamas
O combate ao incêndio no pátio da Ultracargo/Tequimar, em Santos, entra no quarto dia neste domingo (05). Após mais de 71 horas de trabalho ininterrup... Foto: José Patrício/EstadãoMais
Fogo. O incêndio no complexo da Ultracargo começou às 10 horas do dia 2 de abril de 2015 e foi apagado somente no dia 9. Seis tanques de combustível, sendo cinco de gasolina e um de etanol, foram atingidos. Ao menos 15 pessoas foram atendidas com sintomas de intoxicação pela fumaça, mas não houve vítimas. As colunas de fumaça eram avistadas de cinco cidades da região.
O combate mobilizou 100 bombeiros em 21 viaturas, com o uso de um bilhão de litros de água do mar por dia. Na época, o governo federal chegou a importar produtos específicos para controlar esse tipo de incêndio. O terminal abrigava 175 tanques com capacidade unitária até 10 mil m3 de combustíveis, óleos vegetais e outros produtos químicos cada.