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Movimento começa a organizar distribuição das famílias em imóvel da Pamplona

Prédio em área nobre de São Paulo foi ocupado por cerca de 200 pessoas na hora da abertura da Copa do Mundo, no dia 12

Por Laura Maia de Castro
Atualização:

SÃO PAULO - No quinto dia de ocupação de um prédio residencial na Rua Pamplona, no Jardim Paulista, área nobre de São Paulo, coordenadores do Movimento de Moradia da Região Central (MMRC) começaram a organizar a distribuição das famílias que estão no local. O prédio de 15 andares, que tinha apenas um apartamento habitado, foi invadido por cerca de 200 pessoas na hora da abertura da Copa do Mundo, no dia 12.

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Segundo Guilherme Land, um dos coordenadores do MMRC, o movimento começou a fazer entrevistas individuais com os moradores nesta segunda-feira, 16, para que a distribuição atenda às diferentes necessidades. "Ainda estamos nos organizando. Tivemos de desligar o elevador porque não sabemos há quanto tempo está sem manutenção. Apenas nove banheiros estão funcionando e só um deles tem água quente", disse Land.

O casal de zeladores que mora no prédio há 30 anos - e são os únicos moradores há 4 anos - deixou o local no fim de semana, por razões de segurança, segundo Maria José Almeida Silva. "Não me senti segura e achei melhor observar de fora. Nossas coisas ainda estão lá, mas estamos na casa de amigos."

A ocupação surpreendeu a vizinhança e deixou parte dos moradores indignada. Para a diretora jurídica da Sociedade dos Amigos, Moradores e Empreendedores do Bairro de Cerqueira César (Samorcc), Célia Marcondes, é preciso investigar bem a invasão. "Nós fizemos uma pesquisa com os moradores do entorno e eles estão indignados com essa situação. Foi tudo muito estranho, achamos que pode ser alguma coisa encomendada para desvalorizar o imóvel ou a área."

A invasão foi registrada no 78.°DP (Jardins), mas, segundo a delegada Victoria Guimarães, os proprietários ainda não haviam sido localizados até as 17 horas desta segunda-feira. "A polícia já esteve no local e colheu depoimentos. Não houve violência contra pessoa nem contra o patrimônio, mas ainda precisamos ouvir o proprietário", afirmou.

A RMF, imobiliária responsável pela administração do imóvel, confirmou que o prédio está à venda, mas não quis se pronunciar sobre a invasão. A reportagem não encontrou os proprietários para comentar.

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