Motos na mira: blitze já recolhem 1.200 por mês

Maioria está em situação irregular ou péssimas condições; pedido de fiscalização mais rígida foi feito pela CET para reduzir acidentes

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Por Renato Machado
Atualização:

Em reunião com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo, o secretário dos Transportes, Marcelo Cardinale Branco, solicitou ajuda para reduzir a quantidade de acidentes e mortes de motociclistas no trânsito. A resposta foi a promessa de intensificar a fiscalização de motos em situação irregular ou em péssimas condições. E a média de recolhimento de motos irregulares, que era em torno de 1,5 mil por ano, passou para 1,2 mil por mês em janeiro - as motos representam 12% da frota, que deve chegar a 7 milhões de veículos neste ano."Nós estamos trabalhando para reduzir a quantidade de acidentes com motos, mas se chegou a um nível em que era preciso mais do que ações de trânsito. Por isso solicitamos ajuda do CPTran, pois os policiais têm competência para fiscalizar os veículos e os condutores", diz o diretor de administração da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), coronel Alberto Reis. Ele cita como exemplos de itens que a CET não pode fiscalizar o licenciamento em dia das motos e a situação dos pneus (se estão carecas) ou se há problemas que proíbam a sua circulação. Por isso, o CPTran começou a fazer operações frequentes nos acessos dos principais corredores da cidade. Na última delas, na sexta-feira, dezenas de motos foram recolhidas na Rua Ijuí, um dos acessos da Avenida 23 de Maio, na zona sul de São Paulo.

 

Além das multas de atribuição do Município (as infrações de trânsito, que também são fiscalizadas pela CET), a volta do CPTran reforçou a fiscalização das regras de competência do Estado - como as situações legais dos veículos e motoristas. Foram aplicadas 30,8 mil autuações desse tipo no ano passado - cerca de 170 por dia. Nesse caso, as infrações campeãs foram, respectivamente, falta de licenciamento do veículo, falta de Carteira Nacional de Habilitação (CNH), não portar documentos exigidos por lei, CNH vencida há mais de 30 dias e falta de equipamentos obrigatórios nos veículos. Apesar de o foco ser o trânsito, policiais do CPTran também realizaram ações de combate à criminalidade. "Prioritariamente, pela Constituição, temos de fazer um policiamento ostensivo. Então não tenha dúvida de que, se um policial vir alguém correndo ali após cometer um delito, ele vai atrás", diz o capitão Paulo Sérgio Oliveira, do CPTran. Nos poucos mais de seis meses de operação, o CPTran capturou 44 foragidos e outras 515 pessoas foram presas em flagrante - incluindo por desrespeito à lei seca. Também foram apreendidas nesse período 15 armas e 8 quilos de maconha.

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