Motoristas reclamam de radares escondidos na Anhanguera

Variação de velocidade em trechos curtos de uma mesma estrada também é motivo de queixas entre os usuários

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Por José Maria Tomazela
Atualização:
Anhanguera. Segunda em autuações, com 30 mil por mês Foto: RENATO CÉSAR PEREIRA/FUTURA PRESS

O empresário do setor imobiliário Wilson Minelli foi multado por radares sete vezes somente neste ano na Via Anhanguera. Em uma das ocasiões, o aparelho móvel estava escondido em um guardrail perto de uma praça de pedágio e ao lado da placa de 60 km por hora. “Aí foi pegadinha. Você está a 100 e tem de reduzir para 60 em poucos metros, fica complicado. A estrada não tem um padrão de velocidade e isso é fator de risco.”

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A Anhanguera, a segunda rodovia do Estado em multas por excesso de velocidade, com 30.108 autuações por mês, tem 43 radares fixos do km 13, em São Paulo, ao km 440, próximo da divisa com Minas, além de 200 pontos de referência para equipamentos móveis. “Viajo muito a Ribeirão Preto e os radares móveis sempre mudam de lugar, nunca sei onde estão”, justifica Minelli. 

A excessiva variação no limite de velocidade causa reclamações dos motoristas. O técnico em segurança Henrique Prestes conta que, em um pequeno trecho entre Campinas e Sumaré, o motorista encontra placas com velocidades de 100, 80 e 60 quilômetros por hora. “De manhã e à tarde, ali fica travado e, quando o trânsito deslancha, aparece uma placa de 80 por hora e há sempre um radar.” 

Segundo ele, como a lei não exige que o radar móvel fique visível, os operadores dão um jeito de camuflar o equipamento. “Já vi radar enfiado em canaleta de água.”

A empresária Eliete Ribeiro, que pega a estrada toda semana, foi multada por um radar móvel entre Limeira e Americana. “Há uma descida forte e qualquer descuido leva a passar o limite de 100. O aparelho não estava visível, acho que multou muita gente.” Ela também reclama da variação no limite de velocidade. “Até entendo, pois tem trechos com grande ocupação das margens da rodovia, mas estou preferindo rodar mais e viajar pela Bandeirantes, onde o limite é de 120 por hora.”

Armadilhas. Usuários frequentes da Rodovia Castelo Branco reclamam que os radares móveis são usados como “armadilhas” para flagrar e multar motoristas. Com 18 aparelhos fixos e mais de 100 pontos para móveis, a rodovia é a terceira no Estado em número de multas por excesso de velocidade, com 23.997 autuações por mês. “Próximo do pedágio de Jandira, no km 32, sentido interior, a velocidade baixa de repente de 120 por hora para 80. É nesse ponto que eles instalam o radar móvel e se divertem aplicando multas”, disse o engenheiro Irapuã de Oliveira Costa. Ele pega a estrada ao menos duas vezes por semana.

O grupo CCR, que opera as concessões da Castelo e da Anhanguera, informou que a definição dos limites de velocidade é feita pelas autoridades de trânsito e pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), com base em critérios técnicos.

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