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Motim e transferência no interior de SP são ligados à briga de facções

Tumulto em Presidente Venceslau ocorreu em cadeia que abriga integrantes de diferentes organizações criminosas

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Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:

SÃO PAULO - Presos da Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, deram início a um motim na madrugada desta quinta-feira, 2, forçando o acionamento do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). O tumulto, em que ocorreu incêndio de colchões, foi ligado à briga entre facções que, em outros Estados, já causou três massacres, com mais de cem vítimas desde o começo do ano.

A cadeia de Presidente Venceslau é considerada uma das únicas da região a misturar facções e conta, em diferentes setores, com detentos ligados ao Primeiro Comando da Capital, ao Comando Vermelho (CV) e ao Cerol Fino Foto: Rafael Arbex / ESTADAO

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A cadeia de Presidente Venceslau é considerada uma das únicas da região a misturar facções e conta, em diferentes setores, com detentos ligados ao Primeiro Comando da Capital, ao Comando Vermelho (CV) e ao Cerol Fino – as duas últimas rivais do PCC.  Com 603 detentos, e capacidade para 781, a unidade tem minoria do PCC e é atribuído a membros dessa facção o início do tumulto, que foi controlado sem registro de feridos. 

Transferência. Da Penitenciária 1 de Presidente Venceslau foram transferidos nesta quinta 101 detentos ligados ao Comando Vermelho para o presídio de Florínea, distante cerca de 200 quilômetros da cadeia e 480 quilômetros da capital. 

Dessa unidade, foram retirados 143 e levados para Paraguaçu Paulista, distante 80 quilômetros dali. As mudanças têm por objetivo cessar animosidades entres as facções com integrantes mantidos na mesma penitenciária. 

As transferências se somam às 71 realizadas na primeira semana deste ano pela SAP. Naquela oportunidade, os detentos transferidos por ordem do secretário da pasta, Lourival Gomes, pertenciam a três facções: Comando Vermelho, Família do Norte e Okaida – e estão com atuação em Alagoas, Paraíba e Pernambuco. 

Questionada pela reportagem sobre o motim e as transferências, a secretaria não apresentou resposta.