Morte de peixes por manta de poluição revolta população de Salto, SP

Entre 300 e 400 quilos de peixes apareceram mortos no Córrego do Ajudante, da Bacia do Tietê

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Por Chico Siqueira
Atualização:

SALTO - A quantidade de peixes mortos pela manta de poluição, que na quinta-feira, 27, escureceu as águas do Rio Tietê, em Salto, revoltou moradores e autoridades do município na manhã deste sábado, quando teve início a operação de retirada dos peixes no Córrego do Ajudante. 

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Na sexta-feira, a estimativa das autoridades era de que entre 300 e 400 quilos de peixes fossem retirados do córrego, mas, ao chegar ao local, na manhã deste sábado, as equipes da prefeitura se surpreenderam com milhares de peixes mortos.

“São toneladas e toneladas de peixes. Vamos ter de usar uma máquina retroescavadeira para retirar tantos peixes e usar um caminhão para transportá-los. É revoltante essa situação. Trata-se de um dano ambiental que não consigo mensurar. Mais uma vez, Salto paga pelos erros dos outros”, desabafou o secretário do Meio Ambiente de Salto, João De Conti Neto.

Época de piracema, os peixes, na maioria corimbas e bagres, subiam a correnteza quando se depararam com a manta poluidora –estimada pela SOS Mata Atlântica em 70 km de extensão. Para fugir, os cardumes entraram no Córrego do Ajudante, que é raso (cerca de 50 a 60 centímetros), e morreram asfixiados por falta de oxigênio.

A remoção dos peixes começou às 7 horas deste sábado, mas não tem prazo para terminar. “Possivelmente, teremos de continuar no domingo”, afirmou Conti Neto. O secretário disse que vai acionar o Ministério Público para que apure as responsabilidades pelo acidente ecológico.

Mas o problema, segundo ele, é que mais peixes deverão aparecer mortos em outros municípios, uma vez que a manta poluidora está descendo o rio, no sentido do interior. A SOS Mata Atlântica já alertara, na sexta-feira, que o fenômeno era um “acidente de grandes proporções”. De acordo com a coordenadora da entidade, Malu Ribeiro, a manta poluidora deveria chegar ainda na sexta-feira ao Reservatório de Barra Bonita, onde a carga tóxica se assentaria no fundo do rio.pEI

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