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''Monstro do Maranhão'' é morto em rebelião com mais 5

Lavrador prendeu a filha por 16 anos e teve sete filhos com ela; cadeia com capacidade para 30 presos abrigava 97

Por Ernesto Batista
Atualização:

Após 15 horas de rebelião, a polícia do Maranhão dominou os presos rebelados da Delegacia Regional de Pinheiro. Os amotinados assassinaram seis detentos acusados de pedofilia e decapitaram quatro deles. O motim começou às 22h30 de segunda-feira e terminou às 13h de ontem. Entre as vítimas está o lavrador José Agostinho Bispo Pereira, o "Monstro do Maranhão", de 55 anos, que havia sido preso em junho de 2010 por abusar sexualmente da filha de 28 anos, com quem teve sete filhos, e de mantê-la presa por 16 anos. Ele também abusou de duas filhas-netas, de 5 e 8 anos. Agostinho estava separado dos presos comuns, em uma cela com outros 11 acusados de pedofilia, todos feitos reféns no motim. O lavrador havia sido condenado a 20 anos de prisão. Foi a segunda rebelião na delegacia de Pinheiro em oito meses pelo mesmo motivo: superlotação. A cadeia tem capacidade para 30 presos, mas abrigava 97. Em junho do ano passado, 40 foram transferidos, mas a cadeia voltou a ficar superlotada. A delegada regional de Pinheiro, Laura Amélia Barbosa, disse que a Secretaria de Estado de Segurança Pública havia sido informada da situação. "Me pediram que aguardasse porque há superlotação também na capital." Cinquenta presos serão transferidos para as cidades de origem e a secretaria se comprometeu a reformar a delegacia.Com 5.400 presos e apenas quatro presídios no Maranhão, a secretaria abriga presos em carceragens de delegacias, como em Pinheiro. Em novembro de 2010, 18 detentos foram assassinados no Complexo de Pedrinhas, em São Luís, por causa de falta de água e superlotação. Sul. Oito detentos fugiram do Presídio Regional de Santa Maria (RS) por um túnel, na madrugada de ontem. Até o final da tarde ninguém foi recapturado. Em Santa Catarina, 27 dos 79 detentos que fugiram segunda-feira da Central de Triagem do Complexo Penitenciário da Agronômica, em Florianópolis, continuavam foragidos ontem. / COLABORARAM ELDER OGLIARI e JÚLIO CASTRO, ESPECIAL PARA O ESTADO

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