"O primeiro a vir ao Brasil foi meu avô, em 1904, direto para o Acre, para trabalhar no ciclo da borracha. Depois, ele voltou para o Líbano e, de tanto contar histórias sobre a Amazônia para o meu pai, acabou contaminando-o. Tanto que, quando meu pai já estava estabelecido no Líbano, com emprego estável no Ministério da Justiça, largou tudo para tentar a sorte no Brasil. Não veio para ganhar dinheiro, veio fascinado pelas histórias.Um fascínio pela narrativa oral, aliás, que continuou comigo. E isso também por influência do meu avô, um narrador clássico, que reunia, aos domingos, todas as crianças para contar histórias do Líbano, da Amazônia, de fascínio pelo que vivera."