A Delegacia Regional do Trabalho (DRT) marcou audiência de conciliação para as 10 horas com sindicalistas e o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. Outra reunião será realizada às 15h no TRT.
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Prazeres Júnior, garantiu que, mesmo com a liminar, os metroviários não vão trabalhar. “Desafio o governo do Estado a fazer isso (exigir 100% da operação), uma vez que nem na operação normal isso acontece.” De acordo com Prazeres Júnior, a assembleia foi realizada antes de o sindicato ser formalmente notificado pelo TRT e, por isso, está mantida nas Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 5-lilás.
“O transporte não é mercadoria e tem de ser pago pelos grandes empresários, que tratam o povo como escravo. Um rapaz da zona sul não pode namorar com uma menina da zona leste do jeito que está o transporte. O governo do PSDB está envolvido com muita corrupção. Se tem dinheiro para Itaquerão e Copa, por que não tem para o transporte público?”, disse Prazeres Júnior. Ele prometeu “uma greve histórica”.
Vários líderes de movimentos sociais discursaram em apoio aos metroviários, entre eles do PSTU e do Movimento Passe Livre (MPL), que em junho do ano passado deflagrou onda de manifestações contra o aumento das tarifas. Estudantes grevistas da USP também participaram da assembleia.
Proposta. Os funcionários do Metrô rejeitaram e vaiaram a proposta de 8,7% oferecida pela empresa, assim como o vale-refeição de R$ 290 (hoje é de R$ 247). O TRT havia sugerido aumento de 9,5% e R$ 320 de vale-refeição. Os metroviários pedem reajuste de 16,5% e dizem que não voltam a trabalhar se não houver uma oferta de ao menos 10%. O Metrô tem cerca de 9,7 mil funcionários.
Diante dos impasses na negociação, mediada pela desembargadora Ivani Contini Bramante, Prazeres Júnior desafiou novamente o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a permitir a catraca livre durante a greve, para não prejudicar a população. Porém, na semana passada a hipótese já havia sido descartada pela empresa.
Antes da deflagração da greve, o presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, também descartou a possibilidade de catraca livre. “Não vemos nenhum sentido nisso, porque é um prejuízo para toda a população, até mesmo para os metroviários. O Metrô tem uma única fonte de receita: a venda dos bilhetes. A perda de receita é um contrassenso se estamos negociando melhores condições de salário”, afirmou.
Ele disse também que vê “com muita preocupação” uma greve da categoria às vésperas da Copa. Ele criticou o fato de alguns operadores de trens terem usado a comunicação sonora das composições para alertar a população sobre o risco de greve. “Não é uma atitude correta e, na nossa opinião, fere as condições de paz. Tivemos também de chamar a polícia, porque a manifestação dos metroviários na Sé foi tumultuada.” Pacheco afirmou que um plano de contingenciamento pode ser adotado em caso de greve, com alguns supervisores tentando operar parte das linhas.
Prazeres Júnior orientou os metroviários indecisos sobre a paralisação a irem doar sangue. “Não tem chance de ter fura-greve.”