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Mesmo sem chuvas, Cantareira é o único sistema a não ter queda

Principal sistema de São Paulo opera com 15,3% da capacidade; Alto Tietê acumula 36 baixas consecutivas e nível está em 13,4%

Por Felipe Resk
Atualização:
O Cantareira é responsável por abastecer 5,2 milhões de pessoas Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

SÃO PAULO - Mesmo sem chuva, o Sistema Cantareira foi o único dos principais sistemas hídricos de São Paulo a não registrar queda no volume armazenado de água, segundo relatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), divulgado nesta quinta-feira, 3. O nível de todos os outros mananciais caiu.

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Considerado o principal sistema, o Cantareira permanece estável com 15,3% da capacidade, mesmo nível do dia anterior, de acordo com a Sabesp. O índice tradicionalmente divulgado pela companhia considera duas cotas de volume morto, adicionadas no ano passado, como se fossem volume útil.

A pluviometria acumulada nos três primeiros dias de setembro é de apenas 0,2 milímetro, bem abaixo da expectativa para o mês já que, se a média histórica estivesse se repetindo, deveria chover 2,9 mm por dia. Em 2014, ano do início da crise hídrica, por exemplo, já havia chovido 29,9 mm nesse mesmo período.

A estabilidade do Cantareira aconteceu após cinco dias de quedas consecutivas. O manancial não registra aumento do volume de água represada há mais de um mês: a última vez foi no dia 27 de julho, quando subiu de 18,8% para 18,9%.

No cálculo negativo, no entanto, o Cantareira registrou baixa de 0,1 ponto e opera com - 14%, ante - 13,9% no dia anterior. Mesma variação sofreu o terceiro índice do sistema que aponta o manancial com 11,8%, contra 11,9% na quarta.

Outros mananciais. Atravessando crise severa, o Alto Tietê está em queda há 36 dias seguidos. A última baixa foi de 0,1 ponto porcentual, que fez o sistema chegar a 13,4% da capacidade já contando uma cota de volume morto com 39,4 bilhões de litros de água. No dia anterior, o índice era de 13,5%.

Desde o início da sequência negativa, no dia 30 de julho, o sistema já perdeu 5,1 pontos porcentuais no volume armazenado de água. Em agosto, as represas do Alto Tietê receberam o menor volume de água desde 1930, deixando ainda mais preocupante a perspectiva sobre o futuro da crise hídrica paulista.

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Atualmente responsável por atender o maior número de habitantes de São Paulo (5,8 milhões), o Guarapiranga caiu pela sexta vez seguida. Os reservatórios do sistema estão com 67,1%, contra 67,4% no dia anterior: queda de 0,3 ponto porcentual.

O Rio Claro foi o que sofreu a maior variação negativa, registrando 0,4 ponto a menos do que no dia anterior. O manancial opera com 58,4%, ante 58,8 na quarta.

Já os Sistemas Alto Cotia e Rio Grande perderam 0,3 ponto porcentual e operam com 52,7% e 80,5%, respectivamente.

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